segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Público: PS da Grande Lisboa propõe municipalização dos transportes públicos

Esta proposta da Federação da Área Urbana de Lisboa, liderada por Marcos Perestrello, é uma boa iniciativa de uma oposição que se quer activa e construtiva. Tal como muitas outras situações, há assuntos, como a rede de transportes públicos urbanos, que devem ser tratados ao nível da região, e não a um nível nacional ou a nível local.

O agrupamento dessas empresas numa autoridade metropolitana não possibilita somente a contenção de custos administrativos e de carreiras pela sua duplicação, mas também uma maior conexação e eficiência na coordenação dos diferentes sistemas de transporte, facilitando e melhorando a mobilidade do utente, que passaria a dispôr apenas de um título de transporte. A inclusão da gestão dos parques de estacionamento nesta empresa permite uma maior facilidade para quem vive na "periferia da periferia" utilizar o carro até  a um certo ponto do percurso, para depois poder usar os transportes públicos até ao seu local de trabalho, diminuindo a entrada de carros particulares na cidade.

Esta proposta vem de encontro aquilo que acontece um pouco por toda a Europa, onde a gestão da rede pública de transportes é feita de forma integrada, eliminando concorrências desnecessárias e diferentes visões de como fornecer um serviço público. E acaba por tentar acabar com uma enorme injustiça... pois os portugueses que vivem no interior, sem acesso a grandes meios de transporte público, contribuem, com os seus impostos, para a sustentação dos mesmos dos grandes centros urbanos.



A Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista (FAUL) quer que passem a ser os municípios a gerir os transportes públicos. E apresentou esta manhã, em conferência de imprensa, um modelo de financiamento alternativo que tem como objectivo “repor os preços dos bilhetes e dos passes sociais aos níveis do início do ano”, antes dos aumentos de Agosto.


A proposta, que abrange apenas os concelhos da área metropolitana a Norte do Tejo, prevê que a Carris, o Metropolitano de Lisboa e as linhas da CP de Cascais, Sintra e Azambuja sejam concentradas num único operador, ao qual se deverão juntar as empresas municipais de estacionamento.

“A titularidade desta nova empresa deverá passar para a autoridade metropolitana de transportes”, entidade que passaria a ser governada pelos municípios, esclareceu o presidente da FAUL, Marcos Perestrello.

Seriam igualmente as autarquias a financiar o sistema. Como? Através das receitas do Imposto Único de Circulação. “Paralelamente, devem ser afectados ao financiamento do sistema de transportes dois cêntimos por litro de combustível rodoviário vendido em Portugal”, referiu o mesmo responsável, que indicou ainda a utilização, para o mesmo fim, de parte das receitas das portagens cobradas na área metropolitana.

Como apresentaram resultados positivos em 2010, as empresas municipais de estacionamento “contribuiriam para o equilíbrio financeiro do sistema”. Na conferência de imprensa esteve presente o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. “Sempre defendemos a municipalização do sistema de transportes”, disse o autarca.

Os socialistas, que governam a maioria dos municípios da área metropolitana, alegam ainda que esta solução tem ganhos de eficiência a nível de horários e articulação dos diferentes meios de transporte.

1 comentário:

  1. olá, moro no Brasil, em Teresina, e estamos engajados dos debates sobre modelos de transportes, por isso gostaria de ter acesso a links, documentos, moções etc. com mais informações sobre os modelos daí.
    desde já agradeço!
    alvarofeitosa@yahoo.com.br

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