sábado, 5 de maio de 2012

Diário de Notícias: "'O Grito de Munch bate recorde mundial em leilão"

Fico sempre um bocado chateado quando quadros desta dimensão vão parar a mãos de colecionadores privados, privando, na maioria das vezes, o grande público de poder apreciar a obra em pleno. Mas é assim mesmo, os privados têm dinheiro para investir 120 milhões de euros em obras de arte emblemáticas, e os Estados, neste momento, têm preocupações mais urgentes para com os seus cidadãos.
Figura 1- "O Grito".
Neste caso, temos a consolação de existirem 3 versões do quadro em museus públicos noruegueses, pintados entre 1883 e 1895, uma opção tomada pelo autor, Edvard Munch, enquadrada numa lógica de responder à procura existente. "O Grito" é um dos expoentes máximos do Expressionismo, capturando muito bem a sensação de angústia e dor sentida por uma figura humana de aspeto frágil, e em que as pinceladas parecem reproduzir ondas sonoras.



Uma das versões do quadro do norueguês Edvard Munch foi adquirido num leilão por 119,92 milhões de dólares, tornando-se a obra mais cara adquirida desta forma.

O leilão realizado pela Sotheby's em Nova Iorque esta quarta-feira durou pouco mais de 12 minutos, com vários lances a subirem mais de dez milhões de dólares num só minuto para uma obra cujo valor era estimado em 80 milhões de dólares. A obra em licitação é uma das quadros versões em técnica pastel do mais célebre quadro de Munch, tendo sido disputada principalmente por sete compradores.

Pintado em 1895, e único na posse de um particular, 'O Grito' tornou-se a obra de arte mais cara vendida em leilão. As restantes versões estão duas na posse do Museu Munch, em Oslo, e a terceira na Galeria Nacional, também na capital norueguesa.

O anterior recorde era detido por um quadro de Picasso, 'Nu no Atelier do Escultor', que alcançou os 106,48 milhões de dólares num leilão de 2010 da Christie's. Também em 2010, a escultura 'O Homem que Caminha', de Alberto Giacometti, atingira 104,32 milhões de dólares, num leilão da Sotheby's em Londres. Esta versão era propriedade da família de Petter Olsen, cujo pai, Tomás, fora um vizinho e protetor do pintor impressionista que viveu entre 1863 e 1944.

Segundo a descrição da Sotheby's, 'O Grito' é "uma das obras mais imediatamente reconhecíveis da história da arte e da cultura popular, talvez logo a seguir à "Gioconda".

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