sábado, 12 de maio de 2012

Sol: "Desemprego pode ser uma oportunidade", diz Passos Coelho


... ao menos desta vez Passos Coelho não está a incentivar à emigração em massa dos portugueses desempregados. Claro, que o seu discurso é muito bonito pelo facto de incentivar à inovação e empreendedorismo dos desempregados, mas também está muito desfasado da realidade diária dos portugueses que não têm um "Ângelo" [Correia] a olhar pelo seu ombro. Se nem os grandes empresários deste país têm a audácia de inovar e investir com risco, como é que se pode esperar que um desempregado, sem dinheiro, sem acesso a crédito e sem um apoio estatal firme, o consiga fazer?
Figura 1- "Ângelo" de Passos Coelho a disfarçar uma colheita da penca.
Estar desempregado é sempre um sinal negativo, não há volta a dar! O Primeiro-Ministro tem de ter esta sensibilidade! Claro que o português tem que mudar a sua cultura, o seu pensamento no sentido do empreendedorismo e da inovação, mas é nesse papel que o Estado pode fazer muito por este país, ao contrário do que o seu pensamento neoliberal possa dizer.



O primeiro-ministro apelou hoje aos portugueses para que adotem uma «cultura de risco» e considerou que o desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser «uma oportunidade para mudar de vida».

Durante a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Pedro Passos Coelho lamentou que «a cultura média» em Portugal seja a «da aversão ao risco» e que os jovens licenciados portugueses prefiram, na sua maioria, «ser trabalhadores por conta de outrem do que empreendedores».

Numa intervenção de cerca de vinte minutos, o primeiro-ministro defendeu que «essa cultura tem de ser alterada» e substituída por «um maior dinamismo e uma cultura de risco e de maior responsabilidade, seja nos jovens, seja na população em geral».

Passos Coelho referiu-se em especial aos portugueses que estão sem emprego: «Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade».

Segundo Passos Coelho, a Europa e Portugal precisam de apostar em «modelos de desenvolvimento de valor acrescentado, de forte base tecnológica» para ganharem competitividade económica, e não nos preços baixos.

«Essa não é a competitividade que nos interessa. No curto prazo, no meio da crise em que estamos, claro que é preferível ter trabalho, mesmo precário, do que não ter, claro que é preferível trabalhar mais do que não trabalhar, vender mais barato do que não vender», mas «o modelo para o futuro tem de ser o de acrescentar valor», reforçou.

O primeiro-ministro terminou o seu discurso considerando que, para isso, «a economia pública tem de investir alguma coisa» na ciência, na tecnologia, na inovação, mas que também deve haver «uma participação crescente do capital privado» nestas áreas.

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