domingo, 29 de setembro de 2013

João Sousa faz história no Ténis nacional

Portugal é um país que poucos apoios dá à prática desportiva. Com efeito é preciso muita perseverança dos miúdos e dos seus pais, juntamente com a "bagagem financeira", para se formarem atletas de elite e altamente profissionais neste país. As semanas preenchidas, o cansaço das deslocações e da competição é aliado neste país à falta de organização das federações e ao escasso ou nenhum apoio financeiro que as famílias dos pequenos desportistas têm para participarem nas ditas competições. Tudo isto faz com que os atletas desistam, ou pouco evoluam dentro do seu potencial... sendo necessário mais condições infraestruturais, mais apoio ao desporto jovem, não só em termos de incentivo financeiro, mas de incentivo à prática desportiva, fomentando-se assim mais competição, mais saúde e mais e melhores futuros atletas, pois é assim aumentada a base de recrutamento, e consequentemente o leque de desportistas com capacidades inatas.

João Sousa é um tenista profissional português, o n.º 1 de Portugal e o n.º 77 a nível mundial. A sua ambição em chegar a esta profissão deveu-se muito à sua carolice e dos seus pais, ou seja, muito sacrificio pessoal e financeiro. Imaginem só se o nível competitivo do ténis português fosse outro... se calhar João Sousa teria evoluído muito mais do que fez tendo competido com o nível atual. Claro que já outros tenistas, melhores ou não que João Sousa, que chegaram mais acima em termos de ranking (Rui Machado), e que também estiveram perto de vencer um torneio do ATP (Frederico Gil), mas as circunstâncias e o talento fizeram com que João Sousa fizesse história ao ganhar para Portugal o 1º torneio ATP da história.

O vimaranense bateu na final do torneio ATP de Kuala Lumpur (Malásia) o francês Julien Benneteau, n.º 33 do ranking mundial, em 3 sets (2-6, 7-4 e 6-4), escrevendo uma página especial do ténis nacional, e isto apesar do escasso apoio que se dá ao Desporto em Portugal. Daí achar que devemos ter a noção, como nação, que "não se fazem omeletes sem ovos"!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Síria ou não Síria... eis a questão!

Penso que a situação da Síria tem sido tratada, por alguns opinadores, de forma leviana. Fala-se muito da traição de Barack Obama em relação ao seu manifesto eleitoral ao ponderar uma invasão à Síria... fala-se muito dos interesses norte-americanos e europeus numa possível invasão. Não se falam é das atrocidades que estão a acontecer naquele país todos os dias, mergulhado numa guerra civil claramente desnivelada!

Sei que muita gente está traumatizada com as guerras do Iraque e do Afeganistão... pelos custos que implicou em termos de vidas e em termos financeiros, isto para além dos falsos motivos que levaram à invasão do Iraque, ou seja, as armas de destruição maciça. Porém, não estaremos a adoptar uma postura infantil ao assumirmos prontamente uma posição anti-guerra sem sequer prestar atenção aos argumentos e provas que foram colocadas em cima da mesa? Como sejam a utilização de armas químicas pelo regime de Assad, proibidas pela Convenção de Genebra (que foi ratificada pela Síria) e o aumento enorme de baixas civis e de refugiados naquele país. Não estaremos a adotar uma atitude de passividade semelhante aquela que foi adotada no período entre as 2 grandes guerras?

No meio disto tudo, a ONU, tal como a Sociedade das Nações, mostra-se completamente ineficaz, desvalorizando os impedimentos aos seus inspectores nos países alvo de suspeitas e não tomando decisões por conveniência económica e política dos membros permanentes do seu Conselho de Segurança. Foi assim nos casos dos regimes do Sudão e da Coreia do Norte, protegidos pela China, e está a ser agora com o regime da Síria, protegido pelos russos. A ONU mostra constantemente que os interesses de certos países e regimes está claramente acima dos interesses das populações, criando um sentimento de desagregação, inutilidade e descrédito nesta instituição internacional.

Por fim, fala-se agora da possibilidade de uma não invasão dos EUA, França e Reino Unido caso a Síria aceite a proposta russa de entrega das armas químicas que tem em seu poder. Admitindo esse cenário como uma possibilidade interesse, temos que verificar, porém, que foram cometidos crimes de guerra e é preciso encontrar os responsáveis para serem julgados, de acordo com a Convenção de Genebra, pelo Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.