quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Síria ou não Síria... eis a questão!

Penso que a situação da Síria tem sido tratada, por alguns opinadores, de forma leviana. Fala-se muito da traição de Barack Obama em relação ao seu manifesto eleitoral ao ponderar uma invasão à Síria... fala-se muito dos interesses norte-americanos e europeus numa possível invasão. Não se falam é das atrocidades que estão a acontecer naquele país todos os dias, mergulhado numa guerra civil claramente desnivelada!

Sei que muita gente está traumatizada com as guerras do Iraque e do Afeganistão... pelos custos que implicou em termos de vidas e em termos financeiros, isto para além dos falsos motivos que levaram à invasão do Iraque, ou seja, as armas de destruição maciça. Porém, não estaremos a adoptar uma postura infantil ao assumirmos prontamente uma posição anti-guerra sem sequer prestar atenção aos argumentos e provas que foram colocadas em cima da mesa? Como sejam a utilização de armas químicas pelo regime de Assad, proibidas pela Convenção de Genebra (que foi ratificada pela Síria) e o aumento enorme de baixas civis e de refugiados naquele país. Não estaremos a adotar uma atitude de passividade semelhante aquela que foi adotada no período entre as 2 grandes guerras?

No meio disto tudo, a ONU, tal como a Sociedade das Nações, mostra-se completamente ineficaz, desvalorizando os impedimentos aos seus inspectores nos países alvo de suspeitas e não tomando decisões por conveniência económica e política dos membros permanentes do seu Conselho de Segurança. Foi assim nos casos dos regimes do Sudão e da Coreia do Norte, protegidos pela China, e está a ser agora com o regime da Síria, protegido pelos russos. A ONU mostra constantemente que os interesses de certos países e regimes está claramente acima dos interesses das populações, criando um sentimento de desagregação, inutilidade e descrédito nesta instituição internacional.

Por fim, fala-se agora da possibilidade de uma não invasão dos EUA, França e Reino Unido caso a Síria aceite a proposta russa de entrega das armas químicas que tem em seu poder. Admitindo esse cenário como uma possibilidade interesse, temos que verificar, porém, que foram cometidos crimes de guerra e é preciso encontrar os responsáveis para serem julgados, de acordo com a Convenção de Genebra, pelo Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.

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