sábado, 30 de julho de 2011

Pergunta inocente sobre motoristas do Governo

É uma pergunta inocente... juro que não sei! Acho apenas estranho! Porém gostava que alguém me esclarecesse o seguinte:

- Porque é que o motorista do Ministério da Agricultura, Pedro Silva, ganha mais do triplo relativamente ao colega motorista, Artur Santos, que é do mesmo Ministério? Os três motoristas à disposição do 1º Ministro, os senhores Jorge Morais, António Figueira e Paulo Barra, também ganham cerca de três vezes menos que Pedro Silva. Também o motorista Nuno Vicente, do Gabinete do Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, não tem a mesma sorte. Pelo contrário, André Viola, de apenas 21 anos, "não se sai muito mal com o cheiro dos nabos" como motorista do Secretário de Estado da Cultura, ganhando cerca de 1800 € mensais.

Concerteza que o pessoal encarregue do sítio do Governo de Portugal se deve ter enganado nos cargos de Pedro Silva e André Viola... não são nenhuns boys, ou melhor, até poderão ser, mas não simples chauffeurs.



http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1936140

Governo Divulga 235 Nomeações num mês

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Jornal de Notícias: "Estado gasta mil milhões sem concursos públicos"


Código de Contratos Públicos é relativamente recente, de 2008, e é baseado numa directiva europeia. O seu objectivo passava por aglutinar uma série de diplomas legais sobre esta matéria, que se encontravam dispersos, estandartizando, simplificando, agilizando e modernizando (através das Tecnologias de Informação e Comunicação) regras e procedimentos, não só relativamente  ao que se passava anteriormente, que era um grande caos, mas também para uma uniformização destes procedimentos no seio da União Europeia, sempre com a intenção de fomentar a concorrência e a tranparência entre empresas em benefício do Estado e seus órgãos adjudicantes.

Porém, com tantas excepções e alterações feitas ao Código, que se juntaram a algumas contradições e questões menos claras já existentes, não é de admirar que surjam casos pouco transparentes e com alguma falta de ética relativamente a procedimentos feitos por alguns órgãos do Estado... sendo certo que algumas das situações criadas foram claramente propositadas, não somente com o intuito de facilitar e desbloquear questões, mas para permitir certas e determinadas situações de favorecimento. Conto, mais tarde, em pormenorizar várias questões relativamente a este assunto numa crónica posterior.


Só neste ano, o Estado já assinou contratos directamente com o fornecedor, sem concurso público, no valor de mil milhões de euros. Quase metade foi entregue entre a demissão de Sócrates e a tomada de posse de Passos Coelho. O Tribunal de Contas admite investigar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

The Runaways (***..)

The Runaways é um típico filme de "sexo, drogas e rock & roll". Pretende retratar a existência da banda homónima dos anos 70, composta somente por mulheres, que abriram caminho a um novo papel da mulher dentro do Rock, que antes estava quase confinado a ser uma simples groupie.
Figura 1- Cartaz do filme "The Runaways".
Rodado em 2010, foi realizado por Floria Sigismondi e tem Kristen Stewart e Dakota Fanning como as principais protagonistas, assumindo, inclusivamente, a "cantoria". Como habitualmente Kirsten faz o papel de moça forte e rebelde, na pele de Joan Jett, e Dakota assume o papel de rapariga ingénua e algo frágil, como Cherie Currie, pelo que não tiveram de se "esticar" muito para as poderem interpretar, sendo bastante credíveis nas suas interpretações.

Apesar da película se centrar mais em Cherie Currie, vocalista da banda e escritora da biografia do grupo ("Neon Angel"), na qual se baseia o filme, o argumento abrange todo o período de actividade da banda, o que, para um filme de 1h30, provocou o aceleramento e edição necessária, dando impressão que a banda se forma e que, pouco depois de atingir o sucesso, se desfaz, quando na realidade tiveram cerca de 4 anos de existência e com a edição de 4 álbuns de originais ("The Runaways"; "Queens of Noise"; "Waitin' for the Night"; "And Now... The Runaways"). Optou-se, deste modo, por tentar captar o ambiente on the road da banda, em detrimento de outras facetas.

Figura 2- No topo, as Runaways originais; Em baixo, Kirsten Stewart (Joan Jett) e Dakota Fanning (Cherie Currie).
Penso que o filme deveria ter dado um maior destaque à personagem de Joan Jett, no fundo o grande talento da banda, provando-o nos anos seguintes na sua bem sucedida carreira a solo com os Blackhearts. Relativamente aos restantes membros da banda, mais do que personagens secundários, quase que parecem figurantes. O argumento, tendo em conta a natureza das raparigas, podia ter sido mais ousado e rebelde, falhando em retratar com mais detalhe o ambiente e a conflitualidade dentro do grupo, assim como o impacto realmente revolucionário que estas miúdas tiveram no Rock.

Ainda assim, é um filme que nos prende ao ecrã, tem algumas cenas e diálogos realmente interessantes, especialmente na fase de formação da banda, sob a direcção de Kim Fowley, numa boa interpretação de Michael Shannon. Visualmente e em termos de banda sonora também está muito concebido, transportando-nos directamente aos anos 70.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Público: "Seguro recusa revisão constitucional e dá liberdade de voto à bancada"

O novo secretário-geral do PS, António José Seguro, refere que vai tentar modernizar e abrir o partido à sociedade. Perfeitamente de acordo, porém, a concessão de liberdade de voto à bancada parlamentar socialista não passa de uma medida demagógica e prejudicial ao PS. Quando os eleitores foram às urnas nas últimas eleições legislativas, apesar de o fazerem em circulos eleitoriais distritais, votaram no Partido Socialista, dentro de um sistema plurinominal, e não num deputado específico, como é próprio do sistema uninominal.
Figura 1- António José Seguro num Ping-Pong político.
Não se pode confundir a falta de diálogo interno de um partido com o centralismo democrático. Antes de votações em Assembleia da República deveria ser normal todos os membros de uma bancada parlamentar reunirem e debaterem, entre si e com o partido, a sua posição sobre as mais variadas questões, devendo estabelecer um sentido de voto de acordo com a posição maioritária do partido. A falta de uma orientação única só irá criar conflitualidade e divisão dentro da bancada socialista e do próprio PS, algo que o Governo poderá aproveitar para justificar a tomada de algumas medidas que necessitem de passar pela Assembleia, inclusivamente as respeitantes a revisões constitucionais, um dos "cavalos de batalha" de António José Seguro.

Relativamente à Constituição da República, ainda não vislumbrei o que há de tão errado que não possa permitir o desenvolvimento económico de Portugal, pois a maioria das questões até agora levantadas estão previstas nesse documento, dando a entender que algumas pessoas pura e simplesmente desconhecem o seu conteúdo. Concordo com algumas adições, como colocar um tecto para o endividamento de Portugal, que nunca poderá ser algo demasiado inflexível, para não corrermos o risco de, por mesquinhez política, acontecer o que está a acontecer nos EUA, em que os Republicanos (alinhados com o Tea Party) estão a impedir Obama (Presidente democrata) de aumentar esse tecto para poder financiar o Estado e cumprir com as obrigações estabelecidas... mas neste caso, as proporções são muito mais graves, pois pode lançar não apenas o seu país num caos financeiro, mas também o resto do mundo.


Na primeira declaração como secretário-geral do PS, António José Seguro anunciou algumas das prioridades da sua liderança. E avisou o Governo que irá rejeitar uma nova revisão constitucional.

terça-feira, 26 de julho de 2011

i: "Tachos da Caixa. Administradores ficam com negócios privados"

Não basta o "Jobs for the boys", aumentando o número de administradores na CGD e com uma disputa acesa entre os partidos da coligação pela colocação dos seus amigos... também há interesses privados colocados em lugares que deviam ser de protecção exclusiva dos interesses do Estado. O futuro desta gente, depois deste Governo sair de cena, tem de ser assegurado no privado. "Uma mão esfrega a outra!"

http://www.ionline.pt/conteudo/139284-tachos-da-caixa-administradores-ficam-com-negocios-privados

São muitas as linhas por onde se cose a nova administração da CGD, ou como o banco público serve de laboratório da coligação. Veja o vídeo do autor.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Público: "Golden shares acabam em Portugal, mas mantêm-se em nove países da UE"

As golden shares são acções de categoria especial detidas pelo Estado aquando do processo de privatização de empresas públicas, mantendo uma participação accionista que, apesar de minoritária, lhe confere poderes especiais, que diferem de caso para caso. Deste modo o Estado pode evitar, através do poder de veto, que certas decisões estratégicas sejam tomadas pelos restantes accionistas, nomeadamente aquelas que vão contra os interesses nacionais.

Na União Europeia tem-se discutido a legitimidade dos diferentes Estados possuírem este tipo de mecanismos em empresas que privatizaram, cuja tendência será para a proibição. Na maior parte das vezes, são países como Portugal, Irlanda, Grécia, Polónia e Itália que estão debaixo do radar da Comissão Europeia, contudo, a Alemanha, França e Reino Unido também têm os seus interesses "dourados" em empresas do seu país.

Se é verdade que as empresas que estão sujeitas a este tipo de participações do Estado estão, de certo modo, desvalorizadas pela falta de margem de manobra dos seus accionistas, também é verdade que certas empresas são de interesse estratégico do Estado e, porventura, nunca deviam ter sido privatizadas por falta de uma concorrência natural, não se traduzindo na melhoria de serviços e numa baixa de preços, e por utilizarem e disporem de recursos naturais do Estado, caso da EDP. Por outro lado, é ridículo que empresas como a Volkswagen e a Rolls Royce tenham participações do Estado, alimentadas pelo medo que passem para "mãos estrangeiras" e que deslocalizem as sua unidades de produção para outros países.

Parece que, ao contrário da Irlanda e da Grécia, que também receberam a ajuda da União Europeia e do FMI, Portugal vai mesmo livrar-se de todas as golden shares de que dispõe, inclusivamente as da EDP.



É já amanhã que a PT vai dar um passo decisivo em assembleia-geral para pôr fim aos poderes especiais do Estado, na sequência de um compromisso assumido no Memorando de Entendimento assinado com a troika. 

domingo, 24 de julho de 2011

Final triste, mas esperado

Amy Winehouse não escapou à maldição dos 27 anos de idade. Tal como Robert Johnson, Brian Jones (Rolling Stones), Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison (The Doors) e Kurt Cobain, a talentosa cantora de Soul britânica acaba de perder a vida com essa malfadada idade, muito provavelmente devido ao seu consumo de estupefacientes.

Figura 1- Amy Winehouse por volta de 2003, aquando de "Frank".
Amy Winehouse lança o seu disco de estreia, "Frank", em 2003, cheio de influências do Jazz, Soul e do R&B. Foi um trabalho muito bem aceite pela crítica, tanto pela sua voz contralto e cheia de alma, assim como pela sua escrita descomplexada e ritmada, tendo sido indicada para os prémios de música Mercury em 2004. "Stronger than me", "Help Yourself", "Take the box", "Fuck me Pumps", "In my bed" e "You sent me flying" foram as canções de maior destaque.

Quando olhamos para as fotografias e para os vídeos daquela época ficamos impressionados pela mudança brusca em termos físicos pela qual Winehouse passou até chegar aos dias de hoje. A canção "Stronger than me" retrata o relacionamento (namorava já com Blake Civil-Fielder?) em que o namorado se entrega ao mundo da dependência, tendo constantemente que o proteger... entretanto, como refere a canção "rehab" do disco seguinte, ela própria terá sucumbido aos vícios do seu parceiro, passando ela a precisar da mesma protecção. Poderá estar aqui um indício de como a situação de dependência de drogas se terá iniciado e evoluído com a jovem Amy.

"Back to Black" foi o álbum seguinte, um sucesso estrondoso tanto a nível comercial, tornando-se o disco mais vendido de 2007, como relativamente à crítica, tendo recebido 6 indicações para os prémios Grammy de 2008, vencendo 5: canção do ano, gravação do ano, artista revelação, melhor álbum vocal pop, melhor performance vocal pop feminina. Amy inspirou-se nas bandas femininas afro-americanas dos anos 50 e 60, como The Shirelles, The Ronettes e The Supremes, um disco mais ligado à Soul, com grandes canções como: "Rehab", "Love is a losing game", "Back to black", "You know I'm no good", "Tears dry on they own" e "Me and Mr. Jones". Ainda no mesmo ano, colabora com Mark Ronson, gravando uma versão de "Valerie" para o álbum do músico inglês, que também obteve grande sucesso.
Figura 2- Amy Winehouse por alturas de "Back to Black".
Com o sucesso comercial vieram também os escândalos relacionados com a embriaguez, toxicodependência, disturbios físicos/mentais e problemas conjugais, que afectaram bastante as suas actuações ao vivo, de que é exemplo o seu concerto no Rock in Rio de 2008. Era óbvio que a cantora não estava em condições para fazer uma digressão com múltiplos concertos agendados, precisava de se afastar para efectuar os tratamentos necessários para lutar contra a sua adição.

Em 2008 surgiram rumores de que Winehouse estaria a preparar um novo álbum, mas uma nova leva de escândalos levaram, finalmente, à pausa de que tanto precisava, entrando numa clínica de rehabilitação e passando uma longa temporada nas Bahamas. Entretanto, em 2010, a cantora volta a entrar em estúdio, afirmando que tem canções suficientes para editar 3 álbuns. Em Novembro lança "It's my party", uma versão da música de Quincy Jones. Recentemente havia retornado aos concertos ao vivo e, com isso, também à sua espiral de auto-destruição, como comprova o seu último concerto em Belgrado, em que foi apupada para fora do palco.

Amy Winehouse acaba por cancelar as actuações restantes da sua digressão, inclusivamente a que tinha agendado para o festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar. Pouco tempo depois era encontrada morta no seu apartamento em Camden Town. Resta o mito e a possibilidade de edições póstumas que o alimentem, tal como aconteceu com outros artistas que padeceram do mesmo destino.

sábado, 23 de julho de 2011

Zombieland (****.)

Zombieland não é o típico filme de zombies, ou melhor, até é, mas não se concentra somente nesse aspecto, mas especialmente na relação que se estabelece entre 4 sobreviventes, de personalidades e backrounds diferentes, ao vírus que se espalhou num mundo pós-apocalíptico que deixou a maioria das pessoas num estado de mortos-vivos, sedentos por carne humana.

Figura 1- Cartaz do filme "Zombieland".

 É um fime de 2009, realizado por Ruben Fleischner, onde se destacam as interpretações de Woody Harrelson, Jesse Eisenberg e Emma Stone, mas não podemos deixar de referir a pequena aparição de Bill Murray, que faz o papel de... Bill Murray. O casting dos actores para estes papéis foi muito bem feito, pois estão bastante confortáveis e convicentes "dentro da pele" das personagens que interpretam.
Figura 2- Tallahassee (Harrelson) e Columbus (Eisenberg) na caça ao Zombie.
O argumento não é nada de transcendental, mas também não me parece que seja essa a sua intenção, mas sobretudo entreter e misturar vários géneros num só filme, sempre com bastante leveza e comédia. Está repleto de cenas de acção, com muito gore e terror à mistura, quase sempre a um ritmo acelerado e com pormenores visuais muito interessantes e originais (linha seguida e ampliada em Scott Pilgrim vs The World), acompanhados de uma boa trilha sonora, sempre "a rasgar". Em suma, é uma película divertida e obrigatória para quem gosta do género.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Correio da manhã: "Crocodilo do Zêzere afinal era um peixe-gato"

Afinal a montanha pariu um peixe-gato! O crocodilo que se dizia estar a banhos na barragem do rio Zêzere era apenas um enorme peixe-gato, que por sinal dava para fazer várias e deliciosas filetes para uma jantarada à maneira.
Figura 1- Fotografia do peixe-gato do Rio Zêzere.

Peixe-gato é uma nomenclatura utilizada para várias espécies de peixe, que podem ser marinhos ou de água doce, que têm em comum a presença de barbilhos ao lado da boca, lembrando os bigodes de um gato. Encontram-se um pouco por todo o planeta, excepto na Antártica. Estes peixes, geralmente, não têm escamas, variando no tamanho, sendo que a maior espécie é o Pangasiodon gigas, considerado o maior peixe de água doce que já foi identificado.
Figura 2- Peixe-gato de água doce.
O peixe-gato em destaque nas notícias, denomina-se de siluro (Silurus glanis) e é originário da Europa de Leste e da Ásia Central, tendo-se introduzido nos habitats naturais do Sul da Europa, onde se adaptou facilmente, constituindo um sério perigo para as populações de peixes nativas. Pode atingir tamanhos consideravéis, frequenta águas tépidas, como as dos lagos, barragens e águas calmas dos rios, suportando bem a falta de oxigénio e vivendo sobre o seu leito. Actua normalmente durante o período nocturno, comendo pequenos vertebrados aquáticos. O local de desova é preparado pela fêmea, mas defendido pelo casal de forma agressiva até terminar o período de incubação, por volta de Maio e Junho. 

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/crocodilo-do-zezere-afinal-era-um-peixe-gato

O crocodilo que uma comerciante e um canoísta pensam ter avistado na albufeira de Castelo Bode, no concelho da Sertã, poderá ser um siluro (ou peixe-gato), como o encontrado ontem de manhã perto da foz do Alge (Figueiró dos Vinhos) pelo dirigente da associação ambientalista AQUATomar.

Correio da manhã: "Francisco Assis: «Há erros e vícios acumulados no PS»"

Boa entrevista de Francisco Assis, falando abertamente do que vai mal no seu partido, mas penso que poderia ter sido mais aprofundada em algumas questões, nomeadamente no que se refere aos problemas relativos à constituição e organização do PS e dessa tal "subcultura aparelhística".

Provavelmente, Assis discute estes problemas de forma tão aberta porque já sabe de antemão que poucas hipóteses terá de ganhar, fomentando, ao menos, a discussão destes assuntos que minam os grandes partidos políticos portugueses (não duvidem que no PSD há as mesmas questões, senão maiores), e que, por consequência, afecta a eficácia governativa, democrática e de igualdade no Estado.

Infelizmente, aos olhos dos militantes socialistas, está conotado com a derrota de José Sócrates, e por isso a possibilidade de reformas nos partidos vai ter de esperar... mais uma vez! 




Candidato a líder socialista promete lutar contra subcultura aparelhística instalada no partido que faz com que os processos de decisão estejam “inquinados”.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Público: "Macário dá como “inevitável” introdução de portagens na Via do Infante"

Com este tipo de "vira-casacas" é que a política e os políticos se descredibilizam aos olhos da população. Estão pela defesa das pessoas ou do partido? Foi assim em relação ao fecho de escolas, à avaliação dos professores, ao encerramento de urgências nocturnas... o que antes se "gritava" como estando mal e incorrecto, agora sussura-se que é necessário e inevitável, tudo isto a partir de uma mudança de governo.


Depois de ter sido um feroz opositor da introdução de portagens na Via do Infante no âmbito do programa de alteração do projecto, Macário Correia afirmou hoje, em declarações à TSF, que compreende o ponto de vista do Governo e que as portagens naquela via que cruza o Algarve são “inevitáveis”.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Visão: "O senhor Águas"

Há umas semanas atrás, António Lobo Antunes fez uma bonita crónica sobre um dos melhores jogadores de sempre do SL Benfica e do futebol nacional, o saudoso José Águas. Este antigo ponta de lança protagonizou 13 épocas de águia ao peito, ganhando 5 campeonatos nacionais, 7 taças de Portugal e 2 taças dos Campeões Europeus, num total de 384 jogos e 374 golos marcados, tendo-se sagrado 5 vezes como o melhor marcador do campeonato nacional (51/52; 55/56; 56/57; 58/59; 60/61). É ainda hoje o 2º melhor marcador de golos na história do SL Benfica, só ficando atrás de Eusébio.

José Águas é também relembrado por ter sido o capitão de equipa nas duas finais vitoriosas na Taça dos Campeões Europeus, em 1961 contra o Barcelona e em 1962 contra o Real Madrid. Pela selecção nacional realizou 25 jogos em que marcou por 11 vezes. Foi descoberto pelo SL Benfica durante uma digressão a Angola em 1950, sendo que única derrota dos encarnados foi frente ao Lusitano de Lobito (1-3), onde pontificava o jovem Águas, que foi carrasco das águias nessa tarde ao marcar 2 golos. Nesse mesmo dia foi contratado pelo Benfica, o clube do coração, apesar do forte assédio do FC Porto. Fez a restante digressão com a equipa, só despindo a camisola rubra do "Glorioso" em 1963.
Figura 1- José Águas na disputa de bola pelo ar.
Foi lançado pelo treinador britânico Ted Smith em Setembro de 1950. Quem o viu jogar adjectiva-o de elegante, tanto no trato da bola, como para com o adversário, sendo um cabeceador exímio (muitas vezes apelidado de "cabeça de ouro"), o que aliado à sua forte impulsão provocava estragos nas balizas contrárias. Só em 1962, com a entrada do treinador chileno Fernando Riera, acaba por ser relegado para o banco, para a entrada de José Torres. Emigra então para a Áustria, para jogar pelo Austria de Viena, onde contabilizou dois golos em sete jogos partidas, terminado assim a sua carreira.

O seu filho, Rui Águas, acabaria por seguir as pisadas do pai, tornando-se ponta-de-lança no SL Benfica, dentro do mesmo estilo, embora sem a mesma eficácia. Houve um momento em o filho se esqueceu da vocação benfiquista da família Águas, ao transferir-se para o FC Porto em 1988, pela falta de entendimento quanto aos valores de renovação do contrato. A ida para os rivais da "invicta" causou um grande rombo emocial no adepto benfiquista, não só pela qualidade futebolística do jogador, mas porque o nome do seu pai está inevitávelmente ligado ao clube, que, por sua vez, nunca lhe terá perdoado completamente por aquela desfeita.
Figura 2- Rui Águas festeja golo contra o FC Porto.
Rui Águas esteve no FC Porto por duas temporadas, onde foi acossado pelos colegas de equipa, que lhe cantarolavam "Pássaros do Sul" (de Mafalda Veiga) enquanto entrava no balneário. Acabou por sair dos dragões, novamente rumo ao SL Benfica, onde foi a tempo de minimizar os estragos feitos ao nome "Águas", sagrando-se melhor marcador do campeonato nacional em 90/91.


Referências Bibliográficas:

A BOLA (s/d) - 100 figuras do futebol português.

Tovar, Rui (2010) - José Águas: o melhor dactilógrafo da Europa. Em linha: http://www.ionline.pt/conteudo/77414-jose-aguas-o-melhor-dactilografo-da-europa


Visão - crónica de António Lobo Antunes

Nunca admirei tanto um atleta como admirei José Águas. Para quê, portanto, ir ao futebol se ele já não se encontra no estádio?

domingo, 17 de julho de 2011

Breve rescaldo do Super Bock Super Rock 2011 (dia 16)


A minha análise será muito esquemática sobre a vivência do SBSR de 2011, podendo referir, desde já, que gostei da música, mas não do enquadramento. Estes eventos são cada vez mais vistos como uma "mina de ouro" para a UNICER, mas se não tiver cuidado, essa mina poder-se-á estoirar.
Figura 1- The Strokes.
NEGATIVO:
- A organização do festival... caótico para dizer no mínimo;
- Estacionamento à balda e sem iluminação;
- Vendem cerveja a miúdos???;
- Muito pó engolido;
- Demasiada gente... especialmente miúdos mal-cheirosos vindos do camping do interior do recinto;
- Elbow??? o concerto desta banda pareceu durar uma eternidade... não que tivessem estado mal, apesar de não apreciar a música, mas porque o seu estilo não se adequa a um espírito festivaleiro... o mesmo podia dizer do Brandon Flowers, apesar da "malta" ter entoado grande parte das suas canções e de ter estado muito bem;
- A organização do festival não permitiu encores... incompreensível no caso dos Strokes, pois era a última banda a actuar e o pessoal bem que pediu que voltassem... para acabar com isso, toca de meter "I used to love her" dos Guns 'n' Roses para o pessoal entender que não ia haver retorno dos rapazes;
- Com um copo pequeno de cerveja a ser vendido a 2€ a unidade, poderiam ter melhorado as condições do recinto... só com o dinheiro que ganharam na cerveja, até podiam ter feito o festival gratuitamente, e mesmo assim ainda lucravam;
- Roulottes manhosas de comida. Já não tinham todos os ingredientes para fazer um cachorro ou um hamburguer, mas mesmo assim cobravam o preço tabelados... ladrões!


POSITIVO
- Sem problemas nos acessos... nem a chegar, nem a sair;
- Excelente concerto dos X-Wife, Slash e The Strokes... pareceram minutos... acabaram depressa;
- Excelente recepção do público a todos os artistas... muita animação, cantoria e dança;
- Brandon Flowers e The Strokes montaram um palco muito agradável do ponto de vista visual e em termos de iluminação;
- Julian Casablancas muito cool e descontraído... falou muito com o público, disse piadas, fez, com o resto da banda, uma pequena Jam session, falou dos cartazes do pessoal, que o distraiam da música, elogiou a musicalidade e interacção do público, assim como a comida e mulher portuguesa.

Resumo: Como diz o capitão Roger Murtaugh do filme "Arma Mortífera": "I'm too old for this shit!". 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

E para variar...

Voltam a ser os mesmos a pagar a factura. Os trabalhadores e os pensionistas são novamente o único "saco de pancada" do Governo com este imposto extraordinário, até porque os rendimentos provenientes de ganhos financeiros, juros e dividendos não serão alvo deste imposto.

E medidas para o corte na despesa? Até agora só Assunção Cristas apresentou uma medida nessa perspectiva, se é que podemos chamar aquilo de uma medida séria... banir gravatas do Ministério para poder poupar em ar condicionado. Porém, um euro é sempre um euro e a medida é chique e extremamente essencial para um Ministério que dispõe das pastas da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Pesca, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (não faltou nada, pois não?).

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Público: "Águia-pesqueira regressa ao país em projecto no Alqueva"

A reintrodução da águia-pesqueira (Pandion haliaetus) em Portugal é uma excelente notícia para todos os ambientalistas e para todos os benfiquistas. Esta ave de rapina tem geralmente a cabeça com penas de cor branca, alimenta-se quase exclusivamente de peixe, capturando-o com as patas num voo picado ou rasante. É uma espécie algo solitária, embora possa ocorrer em bandos, sendo que os casais são monogâmicos durante a estação em que acasalam.

Até à decada de 50 existiam em Portugal cerca de 20 casais nidificantes, uma população em declínio progressivo devido à acção humana, pela agricultura de irrigação, transformadora da paisagem rural, pela caça indiscriminada e pela pesca em linha,  afastando estas aves dos seus locais de nidificação. A espécie acabou por se extinguir no nosso território... em 1997 morreria a última águia-pesqueira residente em Portugal.
Figura 1- Águia-pesqueira com um peixe nas suas garras.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1502880

Ricardo Garcia

Ao primeiro clique da máquina fotográfica, uma das aves pia. É um som alto, num timbre imponente, que a princípio parece cancelar os demais ruídos à volta, para imediatamente a seguir os despertar: uma cigarra que canta, um peixe a saltar da água, a brise leve sobre as azinheiras. Um novo clique, mais um pio e todos ali à volta - o biólogo Luís Palma, os representantes da empresa dona da propriedade, os jornalistas do PÚBLICO - a andar em bicos de pés, de modo a manter o máximo silêncio.

Passos Coelho: a contradição humana

O que mais me irrita na política é políticos que querem passar por não-políticos. Dizem mal do político comum, afirmando a sua diferença... são os puros e verdadeiros, mas na realidade acabam por ser os maiores políticos de entre todos eles, fazendo tudo aquilo que antes condenavam aos outros, passeando por entre a população com uma auréola de santidade em cima da cabeça... caso do nosso Presidente da República e do nosso 1º Ministro.
Figura 1- Passos Coelho acenando ao povo com um largo sorriso amarelo.
Passos Coelho contradisse-se várias vezes durante a campanha eleitoral, foi o caso do IVA, do TSI, da despenalização do aborto, cortes ao subsídio de Natal e por aí adiante. Jurou falar verdade e que não iria prometer o que não podia cumprir, também referiu que não se iria desculpar com a herança do passado para meter as mãos à obra, um verdadeiro “messias” de facto. O que é certo, é que o que foi dito por ele em campanha, não deve ser levado à letra, e ora aqui está o verdadeiro político a emergir das sombras. Na 3ª feira, para justificar a introdução do imposto extraordinário, referiu a existência de um “desvio colossal das contas orçamentais” sobre o que havia sido anunciado pelo governo anterior, isto apesar das notícias recentes de que Teixeira dos Santos teria deixado uma folga considerável no orçamento para o actual governo.
Os socialistas pediram justificações com números ao 1º Ministro, que, tal como é apanágio do seu mentor (o Presidente da República), remeteu-se ao silêncio na altura em que era realmente necessário falar. No fundo o que se está a tentar implementar é a opção do Governo em querer ir mais além do memorando da troika, falta é a coragem para admiti-lo perante as agruras que isso irá trazer para os portugueses, até porque, durante a campanha eleitoral, Passos Coelho sempre afirmou não acreditar nos números que o Governo apresentava relativamente ao défice e execução orçamental. Para além desta contradição,  de que não iria trazer bagagem do passado para justificar a acção governativa, acaba por dar razão à Moody’s e incentivá-la, assim como às outras agências de rating, a baixar o nível da dotação do país nos mercados internacionais.  

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Complexo Baader-Meinhof (****.)

No fim-de-semana passado tive a oportunidade de assistir ao filme "O Complexo de Baader-Meinhof" (Der Baader Meinhof Komplex), um filme alemão de 2008, realizado por Uli Edel a partir da obra homónima de Stefan Aust, que conta com as interpretações de Moritz Bleibtreu, Martina Gedeck, Johanna Wokalek, Bruno Ganz ("A Queda — As Últimas Horas de Hitler") e Alexandra Maria Lara.
Figura 1- Cartaz do filme "O Complexo de Baader-Meinhof".
 O filme relata a origem e a 1ª geração da Facção do Exército Vermelho (RAF: Rote Armee Fraktion), um grupo de extrema esquerda fundado em 1970 por, entre outros, Andreas Baader, Gudrun Ensslin, Ulrike Meinhof e Horst Mahler. A RAF, através do recurso à guerrilha urbana e acções de terrorismo, deu origem a um período denominado de "Outono Alemão" na República Federal da Alemanha. Foi uma época de enorme instabilidade social, de divisão ideológica, ataques bombistas, assassinatos e raptos, que fizeram tremer o Estado germâmico do pós 2ª Guerra Mundial, que era visto pelos radicais como a face do autoritarismo e da injustiça, manietados pelo imperialismo americano.

Podemos considerar que se trata de um filme/documentário, relatando com precisão histórica os vários acontecimentos que ocorreram durante aquele período, com uma boa contextualização política e social, levando ao aparecimento do RAF, não endeusando e nem diabolizando as personagens, tendo um registo jornalístico e de investigação biográfica, onde não faltam imagens de arquivo e as citações emblemáticas de Meinhof. Os produtores do filme chegaram, inclusivamente, ao ponto de contratar actores extremamente parecidos com as personagens reais que interpretam.

Figura 2- Na foto acima os actores Moritz Bleibtreu e Johanna Wokalek a interpretar o casal Baader e Ensslin, retratados na fotografia abaixo. 
O filme captura bem o momento social que se vivia na altura, assim como o pensamento e atitude dos protagonistas reais, com excelentes interpretações e sempre com um bom ritmo, fazendo com que o espectador se mantenha preso ao desenrolar dos acontecimentos. Contudo, em certos momentos o filme pareceu-me demasiado acelerado, passando pelos acontecimentos de forma supersónica e pouco desenvolvida... porventura haveria material para 2 filmes, mas optou-se por condensar toda a informação num só.  

O filme foi candidato aos Globos de Ouro e ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2009, e aconselho vivamente o seu visionamento. Basicamente é um "dois em um", ou seja, ao mesmo tempo que entretem, é um filme que passa um pouco de cultura histórica para quem está a assistir. 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

The Strokes estão de volta

Faltam 5 dias para os Strokes entrarem em palco no festival Super Bock Super Rock (SBSR) e apresentarem ao público português o seu 4º álbum de estúdio, "Angles". Estou ansioso por ver uma das minhas bandas de culto, até porque será a primeira vez que os vou ver ao vivo, mas também porque quero ver a dinâmica colectiva dos rapazes, muito devido aos relatos de divisão aquando da elaboração do novo albúm. O que é certo é os membros dos Strokes já anunciaram que estão a preparar um 5º album em Los Angeles.
Figura 1- The Strokes.
Tal como na época dos anos 70, com epicentro no CBGB (com Ramones, Blondie, Talking Heads, Television, New York Dolls, Patty Smith...), a Big Apple está na vanguarda no novo som do rock neste virar do milénio, revelando excelentes bandas, lideradas pelo Strokes, tais como os Yeah Yeah Yeahs, Vampire Weekend, Interpol e The Bravery.

Quando "Is this it" foi lançado em 2001 veio destoar da onda Nu Metal que estava em voga na cena rock. Os Strokes foram vistos como os "salvadores do rock & roll", altamente elogiados pela crítica, que lhes notou influências de outras bandas nova-iorquinas como os Velvet Underground, Blondie e os Television. Com um som melódico, mas ao mesmo tempo "sujo", destacaram-se as canções "Last Nite", "Someday", "Hard to explain", "Take it or leave it", "Modern Age", "New York City Cops" e "Barely Legal". A NME considerou "Is This It", em 2009, como o melhor albúm da década, já a Rolling Stone colocou-o na segunda posição, atrás de "Kid A" dos Radiohead.

A expectativa para os trabalhos seguintes da banda de Nova Iorque era tremenda, e apesar de "Room on Fire" (2003) e "First Impressions of Earth" (2006) terem sido bem recebidos pela crítica, não almejaram o sucesso comercial do seu antecessor. "Room on fire" tinha uma onda mais polida, mas ainda vibrante, com grandes malhas como "12:51", "Reptilia", "What Ever Happened" e "The End has no End". Em "First Impressions of Earth", com outro produtor, a banda experimentou novas sonoridades, destacando-se os singles "Juicebox", "You only live once", "Heart in a Cage", assim como as canções "Razorblade" e "On the other side".

No fim da turné americana, Julian Casablancas anunciou que a banda iria fazer uma pausa, permitindo aos seus membros concentrarem-se nos seus projectos paralelos. Já em 2006, Albert Hammond Jr havia lançado "Yours to Keep", um albúm a solo que contou com vários músicos convidados, entre os quais Sean Lennon e Julian Casablancas. O trabalho foi bem recebido pela crítica e pelo público, destacando-se as canções "Back to 101" (cujo vídeoclip foi realizado por Joaquin Phoenix), "Everyone gets a star" e "Call an Ambulance". Já o seu album de 2008, "¿Cómo Te Llama?", não teve a mesma consistência, tendo contado com "GfC" como primeiro single.
Figura 2- Albert Hammond Jr.
Apesar de ser o principal compositor e líder da banda, Julian Casablancas estava um pouco reticente em avançar para um trabalho a solo... o que é certo é que em 2009 lança o genial "Phrazes for the Young" (frase retirada no livro de Oscar Wilde, "Phrases and Philosophies for the Use of the Young"). É um album inspirado no imaginário dos anos 80, na sua pop electrónica, longe do rock "strokiano" a que estavamos acostumados, dando uma nova vida ao sintetizador. Canções como "11th dimension", "Out of the blue", "Left and right in the Dark" e "Ludlow St" mereciam ter tido um maior airplay em Portugal.

Figura 3- Julian Casablancas.
A pausa de edições da banda viria a findar em 2011 com "Angles", um album feito intermitentemente desde 2009. Foi um lançamento de parto dificil, com várias pausas, mudança de produtor e com a ausência de Julian na fase de gravação instrumental das novas canções para evitar conflitos de opinião com o resto da banda. Ainda assim constitui-se como o melhor álbum da banda desde a sua estreia. O talento é visível em canções como "Under the cover of Darkness", "Machu Picchu", "Life is simple in the Moonlight", "Games" e "Taken for a fool", com grande influência do new wave dos anos 80.

Após um hiato de 5 anos e pelos relatos de alguma desunião, seria de esperar um album algo inconsistente, o que felizmente não sucedeu. Os Strokes não conseguem fazer um mau disco e parece que a banda está novamente unida e determinada a continuar, o que fará com que o próximo trabalhao seja outro estouro!


Figura 4- "Under the cover of darkness".

Público: "Governo admite alargar competências das autarquias"

Não percebo a aversão que há contra a Regionalização... como é óbvio, existem situações que devem ser tratadas a um nível local, outras a um nível regional, algumas a nível nacional e ainda outras dentro do espaço da União Europeia. Nunca se poderá dizer que é de mau timing pensar nisso agora, muito pelo contrário, o memorando da troika propõe alterações significativas a nível da administração local, para quê fazer uma reforma pela metade? Não podemos deixar que os preconceitos e os bairrismos toldem o nosso pensamento... mas sobre a regionalização, prevista na Constituição, deverei fazer uma crónica mais desenvolvida num futuro próximo.

Desta peça do "Público" destaco a intenção de descentralizar algumas das competências da Administração Central para a Administração Local... e muito bem! O problema é que esta delegação de poderes não vai ser acompanhada por um aumento de recursos financeiros a serem distribuídos pelas autarquias, muito pelo contrário, até se prevê uma diminuição das transferências do Orçamento de Estado para os municípios.

Com estas condições, se calhar o melhor que a Administração Local tem a fazer é recusar receber tais prerrogativas... pelo menos até serem dadas as contrapartidas essenciais para as poderem desenvolver.



O secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, admitiu hoje transferir mais competências para os municípios na área social, que considerou uma prioridade, mas também alargar as responsabilidades noutras três áreas.

Público: «Assis quer combater quem se move no partido na “gestão de pequenas ambições»"

Estou cada vez mais convencido que é com Francisco Assis que o PS pode realmente "refundar-se" e ajudar a alterar a forma de organização e constituição dos partidos políticos em Portugal. No fundo, o que Assis propõe é acabar com as agendas individuais de quem está na política, os caciquismos e ambições pessoais, que minam a qualidade do nosso dirigismo público, a favor de quem é competente e está realmente interessado em lutar pela causa pública!


O candidato à liderança do PS Francisco Assis recusou hoje nomear quem “mina” o partido, afirmando que a sua proposta de primárias abertas a independentes provoca resistências em quem se move na “gestão de pequenas ambições”.

sábado, 9 de julho de 2011

Sudão do Sul independente

Figura 1- Mapa do Sudão do Sul.
O estado do Sudão reconheceu o novo estado que nasceu de secessão do seu território, reconhecendo o resultado do referendo de Janeiro de 2011, previsto nos acordos de paz de 2005. Poder-se-á, desta forma, acabar com várias décadas de conflito, que fizeram cerca de 2 milhões de mortos na região.

A ONU tem de estar atenta e entrar no terreno o quanto antes para fazer a transição e para assegurar a formação de Estado consistente e democrático, pois há muita indefinição relativamente à delimitação fronteiriça, mas especialmente quanto à repartição das receitas do petróleo, cuja extracção se encontra maioritariamente no Sul. Têm havido conflitos nos últimos tempos no enclave de Abyei e na região de Kordofan do Sul e há o risco de conflitos étnicos no seio do novo país.

Porém, o momento é de esperança e de alegria... oxalá tudo corra pelo melhor!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Reacção de Moody às críticas portuguesas

"You’re looking at me like I just finger-banged your cat."

Figura 1- Hank Moody em Portugalfornication.
Parece que Hank não acredita que o Programa de Governo/Memorando da troika seja cumprido pelos liberais portugueses.

i: "Miguel Guilherme - «Estou-me a cagar para a política cultural»"

Gosto de ler entrevistas em que os interlocutores fogem aos clichés e abordam as questões de forma despudorada e sincera... retiro parcialmente a entrevista do "i" a Miguel Guilherme sobre a política cultural de Portugal, algo que já abordei num artigo anterior, "Mi(ni)stério da Cultura".

http://www.ionline.pt/conteudo/135368-miguel-guilherme-estou-me-cagar-politica-cultural

(...)
Como tem visto as mudanças na política cultural em Portugal? Sempre que vem a crise, lá se sacrifica a cultura.
A cultura tem de deixar de ser tão mariquinhas. Eu não gosto de choramingões, e há trinta anos que vejo gajos a choramingar e a traírem-se uns aos outros, a andar de punho cerrado e por trás a lamber o cu ao ministro ou ao secretário de Estado. Por isso, sabes o que te digo, eu caguei. Podes mesmo escrever, eu caguei para isso, cago para a política cultural.

Mesmo que desapareça, que deixe de existir um ministério da Cultura?
Não me interessa, caguei. Não vai deixar de existir, eles precisam sempre de fingir que têm cultura. É tudo tão feio na política cultural, a maneira como os agentes culturais não se unem...

Está a falar de subsídios?
Há coisas que não deviam ser subsidiadas, pura e simplesmente, ponto. Estão a tirar o lugar a outros. Os critérios não existem: são do compadrio, "já que demos a este agora vamos dar ao outro", distribuem-se as migalhas, tentam distribuir o mal pelas aldeias. Há quem tenha direito ao subsídio: o Teatro de Almada, a Cornucópia, o Teatro Aberto. Quanto ao futuro, não sei. Seja como for, não havendo dinheiro, as pessoas têm de continuar a trabalhar. Acho que pelo menos 1% do Orçamento do Estado devia ser para a cultura, porque gera riqueza. Mas o poder político ainda não percebeu isso. A comedie française tem 40 milhões de euros por ano. Há quem diga que é demais. Cá temos pouco dinheiro e pouca atenção. Historicamente, o PSD sempre teve muito pouca sensibilidade cultural, o que é curioso porque o Durão Barroso sempre gostou das artes performativas. Vi-o muitas vezes, tal como ao Paulo Portas, em espectáculos, mas nunca vi gente de esquerda.
(...)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Público: "Estes amados Coldplay que irritam tanta gente"

Epah... só hoje li este artigo sobre os Coldplay, que actuaram ontem no Optimus Alive, talvez porque tenha adormecido quando vislumbrei o nome da banda no título. É um artigo muito bom, que expõe a dualidade que esta banda provoca nos ouvintes de música... como é óbvio, incluo-me do lado daqueles que não os suportam pela sua música lânguida e "nhanhenta" (palavra da minha autoria, cujo significado é aplicado a coisas moles e que se desfazem ao toque).

Espero que o Chris Martin tome juízo e deixe de fazer esta música para elevadores... precisa é de tomar uma elevada dose de vitaminas...


Em Agosto de 2000, uns desconhecidos aterraram no festival de Paredes de Coura e quase pediram desculpa por ali estar. "Não sabemos se conhecem a próxima canção, mas está no primeiro lugar do top em Inglaterra", disse Chris Martin, introduzindo Yellow. Onze anos depois, a horas de actuarem enquanto cabeças de cartaz do primeiro dia do Optimus Alive, em Oeiras, Chris Martin mantém as boas maneiras, mas os Coldplay transformaram-se em algo de muito diferente.


Correio da Manhã: "Funcionários Públicos afogados em dívidas"

Existem muitos casos destes e geralmente é o pessoal de classe média que, tendo um bom salário, são praticantes do "chapa ganha, chapa gasta"... como começaram a ganhar relativamente bem, pensaram que podiam viver muito melhor, tendo facilidade de crédito e pouca noção de poupança ou de precaução relativamente ao futuro. Falta pedagogia...


Trabalhadores do Estado com salários acima dos 1500 € e que viram os ordenados cortados até 10% estão a deixar de conseguir pagar os créditos.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Portugal no Lixo

Por mais que se faça... passar de um governo de centro esquerda, para um governo de direita liberal, anunciar consensos em termos de política sócio-económica entre as 3 principais forças políticas do país para um programa de austeridade, privatizações a torto e a direito, diminuição da carga fiscal para as empresas, criar impostos extraordinários e eliminação de deduções fiscais para os trabalhadores, cortar indiscriminadamente na despesa do Estado... as agências de rating vão continuar a fazer o que lhes apetece, sem qualquer fundamentação com conhecimento de causa. 
Figura 1- Tio Patinhas vela pelo dinheiro que os sobrinhos teimam em brincar. 
Fala-se em criar uma agência de rating europeia... já as houve e provavelmente ainda as há... o problema é que o "crédito" que o mundo financeiro dá às suas indicações é nulo... vai todo para as norte-americanas Moody's, Fitch e Standard & Poor's, que por sua vez são remuneradas por empresas, Estados, bancos, ou seja, pelas mesmas entidades que são por si avaliadas, e sabe-se lá que outros interesses poderão ter as pessoas trabalham nessas agências nas várias entidades a que atribuem notação de crédito. 

Curiosamente, a "crise económica mundial" tem uma boa parte de responsabilidade nestas agências de rating, pois falharam em toda a linha nas avaliações de risco de empréstimo e investimento a entidades que acabaram por falir... numa altura em que davam a mais alta notação de crédito às mesmas.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Djokovic, o n.º 1

Tal como nos ultimos tempos o espanhol Rafael Nadal tem sido a "besta negra" do suiço Roger Federer, o sérvio Novak Djokovic afirma-se agora como a "besta negra" de Nadal, tendo-o vencido novamente no passado domingo na  final do torneio de Wimbledon, conquistando assim o seu 3º grand slam da carreira (depois das vitórias no Open da Austrália em 2008 e 2011). Acresce ainda o feito de se ter tornado, oficialmente, o número um do ranking mundial ATP.
Figura 1- Djokovic no Estoril Open de 2007 com a camisola do SL Benfica.
O sérvio, finalmente e felizmente, acaba com a hegemonia no ranking do circuito ATP do suiço e do  espanhol que já vinha desde 2004!!! Djokovic tem registado uma evolução notável e tem todas as condições para continuar no posto de líder do ténis mundial, pois apesar de preferir jogar no cimento, é um jogador forte em todos os tipos de superfície, tendo vencido torneios nos vários pisos, incluindo em terra batida.

Djokovic surgiu na final de Wimbledon com  um registo de 41 vitórias e apenas 1 derrota (perdeu com Roger Federer nas meias-finais de Roland Garros) em 2011. O sérvio venceu os primeiros dois sets (por 6-4 e 6-1), sendo que Nadal ainda ganhou o 3º set (por 6-1), mas no quarto o sérvio foi novamente mais forte e venceu o antigo número 1 do ranking mundial (por 6-3), num encontro que durou cerca de duas horas e meia.
Figura 2- Djokovic beija o troféu de Wimbledon.
Sou apreciador do tenista sérvio desde que veio disputar o Estoril Open em 2007, tendo-se mostrado muito simpático e humilde... ele que é conhecido como "Djoker" (sic) no circuito ATP pelas suas brincadeiras e boa-disposição. Sinceramente, penso que o mundo do ténis já estava um pouco saturado da dualidade hispano-helvética, e esperemos que este Djokovic tenha vindo para ficar!