O que mais me irrita na política é políticos que querem passar por não-políticos. Dizem mal do político comum, afirmando a sua diferença... são os puros e verdadeiros, mas na realidade acabam por ser os maiores políticos de entre todos eles, fazendo tudo aquilo que antes condenavam aos outros, passeando por entre a população com uma auréola de santidade em cima da cabeça... caso do nosso Presidente da República e do nosso 1º Ministro.
Figura 1- Passos Coelho acenando ao povo com um largo sorriso amarelo. |
Passos Coelho contradisse-se várias vezes durante a campanha eleitoral, foi o caso do IVA, do TSI, da despenalização do aborto, cortes ao subsídio de Natal e por aí adiante. Jurou falar verdade e que não iria prometer o que não podia cumprir, também referiu que não se iria desculpar com a herança do passado para meter as mãos à obra, um verdadeiro “messias” de facto. O que é certo, é que o que foi dito por ele em campanha, não deve ser levado à letra, e ora aqui está o verdadeiro político a emergir das sombras. Na 3ª feira, para justificar a introdução do imposto extraordinário, referiu a existência de um “desvio colossal das contas orçamentais” sobre o que havia sido anunciado pelo governo anterior, isto apesar das notícias recentes de que Teixeira dos Santos teria deixado uma folga considerável no orçamento para o actual governo.
Os socialistas pediram justificações com números ao 1º Ministro, que, tal como é apanágio do seu mentor (o Presidente da República), remeteu-se ao silêncio na altura em que era realmente necessário falar. No fundo o que se está a tentar implementar é a opção do Governo em querer ir mais além do memorando da troika, falta é a coragem para admiti-lo perante as agruras que isso irá trazer para os portugueses, até porque, durante a campanha eleitoral, Passos Coelho sempre afirmou não acreditar nos números que o Governo apresentava relativamente ao défice e execução orçamental. Para além desta contradição, de que não iria trazer bagagem do passado para justificar a acção governativa, acaba por dar razão à Moody’s e incentivá-la, assim como às outras agências de rating, a baixar o nível da dotação do país nos mercados internacionais.
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