segunda-feira, 11 de julho de 2011

Público: «Assis quer combater quem se move no partido na “gestão de pequenas ambições»"

Estou cada vez mais convencido que é com Francisco Assis que o PS pode realmente "refundar-se" e ajudar a alterar a forma de organização e constituição dos partidos políticos em Portugal. No fundo, o que Assis propõe é acabar com as agendas individuais de quem está na política, os caciquismos e ambições pessoais, que minam a qualidade do nosso dirigismo público, a favor de quem é competente e está realmente interessado em lutar pela causa pública!


O candidato à liderança do PS Francisco Assis recusou hoje nomear quem “mina” o partido, afirmando que a sua proposta de primárias abertas a independentes provoca resistências em quem se move na “gestão de pequenas ambições”.


“Querem, alguns sectores do PS, um partido que esteja fechado, que esteja preocupado com pequenos cálculos, com pequenos equilíbrios, com a gestão de pequenas ambições”, afirmou Assis aos jornalistas, à margem de uma acção de campanha na secção de Benfica, em Lisboa.

O ex-líder parlamentar referia-se à realização de eleições primárias abertas a não militantes, uma ideia que, diz, “suscita resistências muito fortes no interior do Partido Socialista”.

“Eu quero um partido diferente, um partido de projecto, onde ganhem cá dentro os que podem também ganhar lá fora, um partido de gente sem receio, um partido que fala para a sociedade e quer ouvir a sociedade portuguesa”, afirmou.

A candidatura de António José Seguro tinha desafiado Francisco Assis a concretizar a afirmação de que queria “lutar contra um grupo de dirigentes intermédios que dominam o PS e que são responsáveis pelo pior do PS”.

“Há em algumas zonas do PS alguns pequenos núcleos de poder que resistem à mudança e que têm que ser combatidos. Estou aqui para os combater democraticamente, não tenho ninguém em concreto para estar aqui a nomear, nada me move contra nenhuma pessoa em concreto”, respondeu hoje Assis.

“O que quero é mudar estruturas, o que quero é mudar modelos de funcionamento para evitar situações como aquelas que ainda perduram em alguns sectores do PS e que têm que ser ultrapassadas”, acrescentou.

Segundo Assis, esta “não é uma questão de pessoas, é uma questão de modelos, de organização do partido, de métodos, de haver mais ou menos abertura à sociedade, mais ou menos valorização do diálogo democrático”.

Aos militantes de Benfica, Assis argumentou que o Governo e o actual primeiro-ministro têm muitas debilidades” e que “é preciso um líder da oposição que o enfrente, que o confronte”.

Assis defendeu que “é mais evidente” aquilo que o separa de Pedro Passos Coelho, de quem o candidato António José Seguro está mais próximo, “no estilo, na linguagem, no percurso”.

“No estilo, na linguagem, no percurso, na mundividência, eu sou mais distante do Pedro Passos Coelho, do que ele é do Pedro Passos Coelho. Isso hoje pode ser uma vantagem para o Partido Socialista”, sustentou.

No “confronto das personalidades políticas”, defendeu, “é mais evidente” o que separa Assis de Passos.

“Não disse que tinham estruturas mentais parecidas, disse que as estruturas mentais eram mais próximas e que eu me sinto mais distante. Não disse que era pior nem melhor, digo apenas aquilo que para toda a gente é uma evidência”, afirmou.

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