quinta-feira, 28 de julho de 2011

The Runaways (***..)

The Runaways é um típico filme de "sexo, drogas e rock & roll". Pretende retratar a existência da banda homónima dos anos 70, composta somente por mulheres, que abriram caminho a um novo papel da mulher dentro do Rock, que antes estava quase confinado a ser uma simples groupie.
Figura 1- Cartaz do filme "The Runaways".
Rodado em 2010, foi realizado por Floria Sigismondi e tem Kristen Stewart e Dakota Fanning como as principais protagonistas, assumindo, inclusivamente, a "cantoria". Como habitualmente Kirsten faz o papel de moça forte e rebelde, na pele de Joan Jett, e Dakota assume o papel de rapariga ingénua e algo frágil, como Cherie Currie, pelo que não tiveram de se "esticar" muito para as poderem interpretar, sendo bastante credíveis nas suas interpretações.

Apesar da película se centrar mais em Cherie Currie, vocalista da banda e escritora da biografia do grupo ("Neon Angel"), na qual se baseia o filme, o argumento abrange todo o período de actividade da banda, o que, para um filme de 1h30, provocou o aceleramento e edição necessária, dando impressão que a banda se forma e que, pouco depois de atingir o sucesso, se desfaz, quando na realidade tiveram cerca de 4 anos de existência e com a edição de 4 álbuns de originais ("The Runaways"; "Queens of Noise"; "Waitin' for the Night"; "And Now... The Runaways"). Optou-se, deste modo, por tentar captar o ambiente on the road da banda, em detrimento de outras facetas.

Figura 2- No topo, as Runaways originais; Em baixo, Kirsten Stewart (Joan Jett) e Dakota Fanning (Cherie Currie).
Penso que o filme deveria ter dado um maior destaque à personagem de Joan Jett, no fundo o grande talento da banda, provando-o nos anos seguintes na sua bem sucedida carreira a solo com os Blackhearts. Relativamente aos restantes membros da banda, mais do que personagens secundários, quase que parecem figurantes. O argumento, tendo em conta a natureza das raparigas, podia ter sido mais ousado e rebelde, falhando em retratar com mais detalhe o ambiente e a conflitualidade dentro do grupo, assim como o impacto realmente revolucionário que estas miúdas tiveram no Rock.

Ainda assim, é um filme que nos prende ao ecrã, tem algumas cenas e diálogos realmente interessantes, especialmente na fase de formação da banda, sob a direcção de Kim Fowley, numa boa interpretação de Michael Shannon. Visualmente e em termos de banda sonora também está muito concebido, transportando-nos directamente aos anos 70.

Sem comentários:

Enviar um comentário