Albert Einstein é o físico mais famoso de sempre, prémio Nobel da Física em 1921 e considerado a "Pessoa do Século [XX]" para a revista Time (1999). Foi uma pessoa bastante respeitada durante o seu tempo e nos dias de hoje, sobretudo pela sua valência científica, mas também pelas suas posições políticas e sociais, sendo muitas vezes chamado para dar a sua opinião sobre os mais variados assuntos. O seu artigo "Why Socialism?" surge nesse âmbito, publicado no 1º número da revista Monthly Review (Maio de 1949).
Figura 1- Albert Einstein em 1931. |
Neste artigo Albert Einstein defende o Socialismo como via para o futuro da Humanidade, declarando que "A anarquia económica da sociedade capitalista como existe atualmente é(...) a verdadeira origem do mal". "A produção é feita para o lucro e não para o uso. (...) O trabalhador está constantemente com medo de perder o seu emprego. (...) O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego e não no alívio do fardo da carga de trabalho para todos. O motivo lucro, em conjunto com a concorrência entre capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a recessões cada vez mais graves.".
Einstein rejeita o individualismo preconizado pelo Liberalismo, pois apesar do indíviduo ser "(...) capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, (...) depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento". Deste modo, o físico considera que "(...) a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um facto da natureza que não pode ser abolido – tal como no caso das formigas e das abelhas. No entanto, enquanto todo o processo de vida das formigas e abelhas é reduzido ao mais pequeno pormenor por instintos hereditários rígidos, o padrão social e as interrelações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de mudança.".
Para arrematar, Albert Einstein acreditava que os males da sociedade contemporânea poderiam ser irradicados "(...) através da constituição de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educativo orientado para objectivos sociais. Nesta economia, os meios de produção são detidos pela própria sociedade e são utilizados de forma planeada. Uma economia planeada, que adeque a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre aqueles que podem trabalhar e garantiria o sustento a todos os homens, mulheres e crianças. A educação do indivíduo, além de promover as suas próprias capacidades inatas, tentaria desenvolver nele um sentido de responsabilidade pelo seu semelhante em vez da glorificação do poder e do sucesso na nossa actual sociedade.".
Isto não significa que o físico germano-americano advogasse o regime soviético, considerando mesmo que o comunismo tinha características de uma religião (Out Of My Later Years, 1950). Na sua juventude, durante a Revolução de Novembro na Alemanha (1918-1919), apelou à criação de uma partido democrático no Berliner Tageblatt (16 Novembro de 1918), acabando por se tornar militante do "futuro" Partido Democrático Alemão. Apesar de no artigo demonstrar um apoio a um sistema socialista a nível económico e social, condena os excessos autoritários e burocráticos da União Soviética, reconhecendo que "(...) tal economia planeada pode ser acompanhada pela completa opressão do indivíduo. A concretização do socialismo exige a solução de problemas socio-políticos extremamente difíceis; como é possível, perante a centralização de longo alcance do poder económico e político, evitar a burocracia de se tornar toda-poderosa e vangloriosa? Como podem ser protegidos os direitos do indivíduo e com isso assegurar-se um contrapeso democrático ao poder da burocracia?".
Para arrematar, Albert Einstein acreditava que os males da sociedade contemporânea poderiam ser irradicados "(...) através da constituição de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educativo orientado para objectivos sociais. Nesta economia, os meios de produção são detidos pela própria sociedade e são utilizados de forma planeada. Uma economia planeada, que adeque a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre aqueles que podem trabalhar e garantiria o sustento a todos os homens, mulheres e crianças. A educação do indivíduo, além de promover as suas próprias capacidades inatas, tentaria desenvolver nele um sentido de responsabilidade pelo seu semelhante em vez da glorificação do poder e do sucesso na nossa actual sociedade.".
Isto não significa que o físico germano-americano advogasse o regime soviético, considerando mesmo que o comunismo tinha características de uma religião (Out Of My Later Years, 1950). Na sua juventude, durante a Revolução de Novembro na Alemanha (1918-1919), apelou à criação de uma partido democrático no Berliner Tageblatt (16 Novembro de 1918), acabando por se tornar militante do "futuro" Partido Democrático Alemão. Apesar de no artigo demonstrar um apoio a um sistema socialista a nível económico e social, condena os excessos autoritários e burocráticos da União Soviética, reconhecendo que "(...) tal economia planeada pode ser acompanhada pela completa opressão do indivíduo. A concretização do socialismo exige a solução de problemas socio-políticos extremamente difíceis; como é possível, perante a centralização de longo alcance do poder económico e político, evitar a burocracia de se tornar toda-poderosa e vangloriosa? Como podem ser protegidos os direitos do indivíduo e com isso assegurar-se um contrapeso democrático ao poder da burocracia?".
Estamos em presença de um social-democrata, avesso a regimes autocráticos de coerção, pois a "(...) força atrai Homens de baixa moralidade, (...) é uma regra invariável que tiranos génios sejam sucedidos por patifes." (The World As I See It, 1949). Einstein declara mesmo ser "(...) um adepto do ideal da democracia, embora (...) saiba bem os pontos fracos da forma democrática de governo." (The World As I See It, 1949). Os seus ideais socialistas não passaram despercebidos pelo FBI, que continha um ficheiro sobre o cientista, mas Einstein não se deixou amedrontar pela "caça as bruxas" liderada pelo senador Joseph McCarthy, pois prezava demasiado a sua liberdade intelectual.
http://monthlyreview.org/2009/05/01/why-socialism
Is it advisable for one who is not an expert on economic and social issues to express views on the subject of socialism? I believe for a number of reasons that it is.