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domingo, 14 de julho de 2013

Jorge Jesus, o catedrático potenciador



Vou começar este texto logo "a abrir": Na minha opinião o SL Benfica não devia ter renovado contrato com o treinador Jorge Jesus (JJ)! Se há uma década atrás esta opinião seria consensual entre os benfiquistas em virtude dos parcos resultados alcançados pelo técnico, nos dias que correm não é bem assim, isto apesar de em 4 anos ter perdido 3 campeonatos de forma consecutiva... e num grande clube como o Glorioso isso normalmente é imperdoável.

Claro que os tempos são outros, o FC Porto detém a hegemonia do futebol nacional e o SL Benfica tem de construir o seu caminho de forma sustentada, sem artifícios anti-fairplay, para poder chegar ao topo. Porém, o que é certo é que o SL Benfica, desde os tempos de Quique Flores, que possui grandes planteis, sendo que, do meu ponto de vista, tem tido o melhor plantel em Portugal desde a época de chegada de JJ ao clube. E assim é fácil ser treinador de futebol, já que basta o mínimo de conhecimento, bom-senso e capacidade de trabalho para se ter sucesso, pois os "meninos" fazem o resto dentro de campo. O que é certo é que isso não acontece no SL Benfica de JJ, um treinador que custa 4M de euros/época!

O que é incrível, e de certa forma humilhante, é que na época 2011/2012 o SL Benfica dispôs de 5 pontos de vantagem sobre o 2º classificado durante a 2ª volta do campeonato, enquanto na de 2012/2013 tinha 4 pontos de vantagem ao entrar para a antepenúltima jornada do campeonato! Um das principais erros  que originou este debacle passa pela má gestão física do plantel pelo denominado "Richard Gere da Damaia", cujas equipas esfolam os jogadores titulares até rebentar. Isso até pode passar despercebido em clubes como o Braga ou o Belenenses, mas não se pode olvidar que o SL Benfica, ao contrário desses clubes, faz quase 100 jogos por época.

Como se isso não bastasse, a teimosia táctica é outro grande handicap de JJ, que não abdica de um jogo extremamente ofensivo. Todavia, há situações e situações, e se é verdade que em 90% dos jogos o Glorioso tem de jogar assim mesmo, existem 10% de casos em que é necessário deter o controlo do meio-campo e do adversário, não só porque é um adversário forte, mas em virtude do que se está a desenrolar em campo e com o resultado... mas JJ só sabe jogar daquela maneira e com o mesmo sistema táctico, o que deixa o meio-campo e a defesa do SL Benfica ao "Deus dará". Para além disso, é normal este treinador "borrar a cueca" ou tomar iniciativas algo estranhas contra o FC Porto ou em jogos decisivos, como colocar David Luiz a lateral esquerdo para travar Hulk, ou fazer entrar em campo jogadores como Pablo Aimar e Roderick Miranda, que até então pouco ou nada tinham jogado durante o campeonato.

JJ tem também um problema de conflitualidade com os jogadores... pois o técnico é, digamos, um bocado desbocado e escandaloso na hora de apontar os erros dos seus jogadores, fazendo-o com fleuma e vernáculo, e isso tem trazido problemas com alguns atletas, caso de Rúben Amorim, Miguel Vítor, Bruno César, Óscar Cardozo, etc. É também um técnico que dá muito pouco espaço aos jovens provenientes da Formação e a jogadores que tenham vindo sem o seu aval, mas forçando a "barra" naqueles em que a contratação teve o seu dedo, acabando por jogar tempo a mais. Tudo isto origina fenómenos de "encostamento às boxes" de certos jogadores, como Nolito, Urreta, Rodrigo Mora, Rúben Amorim, que em certas alturas do campeonato, pelo desgaste e lesões, poderiam ter sido bastante úteis. Muito se fala da sua capacidade em potenciar jogadores e tal... para mim é uma falsa questão pois se um jogador tem qualidade e capacidade de trabalho, mais cedo ou mais tarde, explode para o futebol... claro que o treinador pode ajudar, e JJ até pode ser bom nisso, mas e o caso Sidnei, Bruno César, Urreta, entre outros, que vieram como potenciais craques e depois não deram em nada... JJ, nestes casos, é um despotenciador? Também não vou tão longe!

Claro que apesar de tudo isso, o JJ não deixa de ser um bom treinador, teimosia e bazófia aparte, porém, um treinador que não ganha títulos nunca poderá servir para um grande clube para o SL Benfica. O bom-futebol que é praticado é algo relativo, porque daqui a 3 anos ninguém se lembrará que foram os encarnados a praticar o melhor futebol na época 2012/2013, mas sim quem foi o campeão desse ano, quem ganhou a Taça de Portugal e quem ganhou a Liga Europa! Existe um SL Benfica desde 1904 e existirá um SL Benfica pós JJ... pois este técnico não é certamente "a última Coca-Cola do deserto"... existem outros treinadores competentes que merecem uma oportunidade e desde que o plantel seja bom e a estrutura competente, o SL Benfica estará sempre por perto na luta pela vitória. 

As vitórias morais são para perdedores, e o SL Benfica é um clube vencedor. Em tempos recentes o Glorioso também praticou um excelente futebol com Fernando Santos... disputou o título quase até ao fim e estivemos bastante bem na Taça UEFA, sendo de recordar os 2 jogos da breca contra o Boavista e Español, em que a bola "pura e simplesmente" não queria entrar. Claro que o engenheiro é um típico pé-frio, mas e JJ? Também não o é? A Santos não foi dado o benefício da dúvida... porque está a ser dado a JJ com o seu super-plantel? Ainda assim JJ está, de momento, num limbo, e se as primeiras jornadas do campeonato não correrem de feição às Águias é bastante provável que a pressão dos adeptos para o despedimento se torne insuportável! E, do meu ponto de vista, as "chicotadas psicológicas" durante a época desportiva muito raramente dão resultado.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O campeonato do Sporting

Esta crónica não tem como propósito discutir ou falar do péssimo campeonato nacional de futebol que o Sporting CP tem vindo a fazer... seria "chover no molhado" e acho risível discutir-se a possibilidade do clube descer de divisão! 

Prefiro falar da enorme expectativa que os adeptos e dirigentes leoninos colocaram sobre este jogo contra o SL Benfica, uma equipa que está noutro patamar. Toda a gente sabe, ou pelo menos as pessoas mais informadas acerca do futebol nacional, que um sportinguista, mais do que gostar do seu clube, tem um ódio de morte aos encarnados. Este jogo em casa contra o seu eterno rival iria, em princípio, salvar a época do clube de Alvalade, como se houvesse um troféu a atribuir ao campeão do campeonato da 2.ª Circular. A coisa correu mal... e protestou-se mais com esta derrota do que com a eliminação do clube da Taça de Portugal às mãos do Moreirense, ou as humilhações que os verdes e brancos sofreram contra Videotons e Genks.
Figura 1- André Gomes e Rinaudo no derby de Lisboa.
Na minha opinião, é esta mentalidade que faz com que o Sporting CP esteja na posição em que se encontra... para além da óbvia falta de liderança e dos enormes erros em termos de gestão desportiva (despedimento de Domingos à cabeça), penso que há uma falta de exigência e uma falta de critério daquilo que devem ser os objetivos do Sporting CP como clube de futebol com milhares de associados, e isto não parte somente de uma equipa técnica, ou de uma direção, mas de todo uma cultura associativa que faz com que o clube corra de forma frenética para uma "Belenenização" (derivação de CF os Belenenses).
by tomorcego

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Record: "Cristiano Ronaldo «réu» por ser português"

Finalmente haja um espanhol que o admite! Mas o tratamento de que tanto Cristiano Ronaldo como José Mourinho são alvo, não parte somente da imprensa, mas da generalidade do povo espanhol (mesmo nas regiões que pregam pela independência), e inclui o clube onde trabalham.

Basta ver a forma como os colegas espanhóis falam de Cristiano, completamente contrária ao que acontece aos jogadores do Barcelona relativamente a Messi. Basta ver o pouco reconhecimento dado pela imprensa madrilena relativamente ao bom desempenho de Cristiano, Pepe e José Mourinho e o enfatizar de aspetos negativos, verdadeiros ou falsos, no seu comportamento e relacionamento com o resto da equipa. Basta ver a forma como Florentino Perez e Jorge Valdano lidam com os principais obreiros da rutura da hegemonia blaugrana, o primeiro dizendo a Cristiano para se ir embora, mas dando dinheiro para contratar o astro argentino, o segundo tentando minar o trabalho do técnico português. Basta ver como Pepe é caracterizado como um selvagem bruto pela imprensa espanhola, cujo talento é inferior ao "santo" Sérgio Ramos, essa besta patuda. Basta ver como José Mourinho é acusado de não apostar na cantera do clube, quando deve ter sido o treinador que mais jogadores da formação lançou nos ultimos anos.

E para culminar, é bom relembrar o cântigo espanholês acerca dos portugueses que ecoa em todos os estádio de "nuestros hermanos" sempre que um português está em campo, ou quando defrontam equipas portuguesas, como no caso do último Barcelona - SL Benfica:


Isto é xenofobia que não é castigada pela UEFA ou pela FIFA... normalmente só atuam quando se tratam de casos de racismo, mas isto é igualmente perigoso e deveria ser banido pelas autoridades.


http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/real_madrid/interior.aspx?content_id=792616

Josep Pedrerol, apresentador do “Punto Pelota”, um dos programas desportivos com mais audiência televisiva em Espanha, denunciou em direto o tratamento xenófobo que Mourinho e Cristiano Ronaldo sofrem por parte da imprensa espanhola e abandonou o estúdio.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eleições no SL Benfica

Hoje os sócios do SL Benfica vão às urnas para escolher como presidente Luís Filipe Vieira ou Rui Rangel. Há alguns anos atrás esta decisão fácilmente penderia para o juíz Rui Rangel, nos dias de hoje, com os benfiquistas ainda com medo dos tempos financeiros do Vale e Azevedo e com receio dos tempos desportivos de Manuel Damásio, as sondagens dão uma vitória clara a Luís Filipe Vieira.

O atual presidente do SL Benfica tem jogado bem a cartada de Vale e Azevedo para instigar o medo nos sócios, chegando mesmo ao baixo nível de o comparar ao juíz, uma completa falta de respeito para com a pessoa e para o cargo que exerce, que teve grandes cavalheiros como Cosme Damião e Borges Coutinho ao seu "leme". Contudo, há que referir que Luís Filipe Vieira criou obra no SL Benfica, falamos do Estádio da Luz, do Centro de Estágio no Seixal, na BenficaTV, no Museu e Centro de Documentação, o incentivo ao ecletismo desportivo, assim como a expansão e empowerment das Casas do Benfica. Porém, é preciso não esquecer que o último Relatório e Contas, que não foi aprovado, revela que o SL Benfica passa por graves problemas financeiros, e a sua arrogância e agressividade ao lidar com o opositor, deixa a suspeita que poderá ser o reflexo de algum medo da decisão de Rui Rangel, caso seja eleito, de pedir uma auditoria externa às contas do clube e da SAD. 

A carta desportiva é que tem, definitivamente, de ficar no bolso de Luís Filipe Vieira, pois conquistar 2 campeonatos nacionais em 10 anos coloca-o como dos piores presidentes da história do clube... com várias promessas falhadas nesse âmbito, como a hegemonia nacional no futebol, a disputa de provas internacionais, a aposta na formação e no jogador nacional, o acabar com os contentores de jogadores que chegam ao SL Benfica todos os anos, etc.

Veremos o que a noite trás ao SL Benfica, mas este período pré-eleitoral foi pobrezinho em ideias, mas forte em insultos, e isso deve-se ao presidente em exercício, numa completa falta de respeito pela história democrática do clube.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SL Benfica vs Sporting CP

No próximo Sábado estaremos em presença do maior derby do futebol português, o "velhinho" SL Benfica contra Sporting CP. Será, porventura, dos derbies mais aguardados dos últimos tempos, isto porque os leoninos conseguiram finalmente elevar a fasquia para um patamar do qual estavam arredados nos últimos anos, ombreado com o rival da 2ª circular.

A estatística diz-nos que em casa o SL Benfica é claramente dominador nos jogos contra o Sporting CP, conseguindo 41 vitórias contra 15 derrotas, havendo 21 empates pelo meio. Nos últimos 3 anos as águias têm levado de vencida os leões pelo mesmo resultado, 2-0. Claro que estes dados pouco importam... aliás, também reza a tradição que nem os momentos de forma das equipas servem de indicador, sendo sempre um jogo de tripla. 

Os verde-e-brancos, após um início titubeante no campeonato, atravessam uma fase de grande confiança, só manchada pelos resultados, pouco importantes, contra a selecção de Angola (amigável) e os romenos Viorel Hizo (Liga Europa). A competência de Domingos Paciência conseguiu alterar o rumo de acontecimentos para o clube de Alvalade, assim como a contratação do incansável Elias e o aparecimento do goleador Von Wolfswinkel, consubstanciando-se em múltiplas vitórias obtidas com naturalidade, mesmo jogando menos bem, beneficiando também de alguma ajuda da arbitragem, algo do qual se queixavam de início e com alguma razão... mas já se sabe como são os árbitros portugueses, quando o clube está mal, ajudam a piorar a situação, quando está bem, ajudam a melhorar.

Os vermelhos têm apresentado geralmente duas caras... uma de gala, como se tem visto para a Liga dos Campeões, e outra de serviços mínimos, para as competições domésticas, mas que, ainda assim, tem garantido os pontos necessários para o clube da Luz se manter como líder do campeonato nacional. Vindo de um empate em Braga (Campeonato nacional), de uma vitória à tangente contra a Naval 1º de Maio (Taça de Portugal) e de um empate em Old Trafford frente ao poderoso Manchester United (Liga dos Campeões), resta saber que SL Benfica irá surgir no derby frente ao seu rival lisboeta... todavia, a motivação para estes jogos aparece sempre... o que nem sempre aparece é a boa condição física, mercê de um complicado calendário competitivo, que tem tendência para piorar com os sorteios desfavoráveis para a Taça de Portugal e Taça da Liga. 

O favoritismo vai para a equipa da casa, como não podia deixar de ser, pois joga no seu reduto, mas também porque é uma equipa extremamente competente, contando com mais opções de qualidade no seu plantel, o que permite fazer a rotação de elementos ao longo das competições. Porém, o Sporting CP está com um grande élan, o que, aliado à maior qualidade que vem apresentando este ano, poderá surpreender o SL Benfica. Para os leões o empate fora será sempre um bom resultado, portanto não ficarei admirado se Domingos adoptar uma postura de maior contenção contra o SL Benfica, até porque uma derrota poderá esvaziar um pouco do "balão de confiança" que a sua equipa dispõe no momento. O SL Benfica terá obrigatoriamente de pensar em ganhar o jogo, tanto para manter a 1ª posição no campeonato, como para afastar os "demónios" do último empate na liga e acalmar a cavalgagem leonina para o topo da tabela.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Público: "Benfica, FC Porto e Sporting devem 350 milhões de euros aos bancos"

Quando se fala que o país e os portugueses terão de empobrecer, os clubes de futebol não são excepção... não me refiro apenas aos clubes "grandes" de Portugal, que todos os anos compram e vendem activos por milhões de €, mas também aos clubes mais pequenos das ligas profissionais, visível pela quantidade de jogadores estrangeiros a actuar em Portugal, cerca de 58% do total de atletas (sendo que os brasileiros compõem 32%)! Será que para os clubes passou a ser mais barato importar jogadores estrangeiros do que ter jogadores portugueses no plantel provenientes das camadas jovens? Acho difícil, mas o que é certo é que o jovem jogador luso tem tido cada vez menos oportunidades para se afirmar, o que se irá reflectir na selecção nacional a breve trecho.

Um clube grande ainda consegue viver dos investimentos de risco que faz na América do Sul, contratando um possível craque a um preço mais barato, para o revender mais tarde a um preço mais caro, caso a sua evolução decorra dentro da normalidade (o que muitas vezes pode não ocorrer). O problema é que os clubes sul-americanos pedem cada vez mais dinheiro por essas jovens incógnitas, o que torna o risco do negócio cada vez maior.

O nosso mercado de futebol, comparativamente com outros países da Europa (cuja situação também não é famosa, exceptuando os clubes alemães, mais contidos por força de um controlo mais apertado), é bastante pequeno... as receitas televisivas não são comparáveis, as de publicidade idem, a procura do adepto pelo espectáculo ao vivo está geralmente abaixo da oferta (raramente os estádios se enchem de pessoas), para além do mais, existe um enorme fosso entre os 3 grandes e os restantes clubes da nossa praça, pois, com honrosas excepções, os portugueses normalmente são adeptos destes 3 clubes, olvidando os clubes da terra e acentuando o bipolarismo Lisboa-Porto no nosso país. Ora isso faz com que os outros clubes dependam indirectamente do SL Benfica, FC Porto e Sporting CP para obterem uma receita digna desse nome (qual AutoEuropa!), nomeadamente através de transferências de jogadores (cada vez menos) e dos jogos que disputam com eles em casa .

Urge repensar o futebol, torná-lo mais atractivo para o espectador, mas também mais sustentável, porque se não o fizerem agora, de livre vontade, terão de o fazer um pouco mais à frente, à força. Estamos num momento de enorme crise financeira, em que os portugueses terão menos dinheiro para gastar em bens não-essenciais, para além do mais as empresas limitarão os seus gastos em publicidade, o que é um claro sinal de que as receitas dos clubes irão cair a pique...




O Benfica é o clube mais endividado à banca e com maior passivo
Os clubes de futebol estão dependentes do financiamento bancário e começam a sentir muitas dificuldades de acesso ao crédito. Segundo as contas de António Samagaio, professor do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), "a dívida financeira (empréstimos à banca e empréstimos obrigacionistas) da SAD do Benfica está em 157 milhões de euros, a do FC Porto em 98 milhões e a do Sporting em 95 milhões", o que totaliza 350 milhões de euros.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

FC Porto vs SL Benfica

Logo à noite disputa-se, no estádio do Dragão (Porto), o maior clássico do futebol português. Ambas as equipas partem em igualdade pontual e sem derrotas no campeonato (têm somente um empate cada uma), mas o facto do FC Porto jogar em casa poderá dar-lhe uma vantagem decisiva para ficar com os 3 pontos do jogo.

Ao cabo das 5 jornadas já disputadas, tanto o FC Porto como o SL Benfica ainda não mostraram o seu verdadeiro potencial  na Liga portuguesa, logrando os pontos apesar de exibições algo pobres, contrariamente ao que tem acontecido na Champions League. Tal facto será um indicador de alguma descompressão na disputa da prova nacional, algo que hoje, devido à imensa rivalidade entre as duas equipas, dificilmente acontecerá. O FC Porto com a venda de Falcao parece ter perdido algum poder de fogo, mostrando algumas dificuldades na finalização, dependendo demasiado de Hulk para colocar a bola na baliza, já o SL Benfica tem demonstrado problemas na defensiva, sofrendo golos em quase todos os jogos que disputou, apesar de contar com defesas de renome internacional.

 A diferença nestes jogos far-se-á no meio-campo... a equipa que conseguir controlar as operações no centro do terreno, com posse de bola e impedindo a outra de construir jogo, estará mais perto da vitória. Daí ser previsível que ambas as equipas optem por um meio-campo bem preenchido e musculado, e desse ponto de vista a surpresa poderá vir das águias ao colocar mais um homem no meio-campo (Ruben Amorim ou Nemanja Matic), à semelhança do que Jorge Jesus implementou contra o Manchester United no 1º jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões. Um empate para a turma encarnada já seria um resultado bem positivo, pois mantinha a situação pontual actual, e ficaria à espera da 2ª volta, no estádio da Luz, para ganhar aos dragões.
Há quem diga que o sorteio do campeonato favoreceu o SL Benfica, pois pode ir para este jogo numa lógica de maior contenção para mais tarde, no seu estádio, resolver a contenda entre os dois clubes. A minha opinião, contudo, é diametralmente oposta... pois acredito que o começo forte de um dos grandes lhe vale, na maioria dos casos, o campeonato nacional, e o facto do FC Porto jogar em casa neste 1º clássico dá-lhe a vantagem do jogo e, caso vença, ganha um balanço anímico que lhe permitirá galgar o campeonato de forma imparável, enquanto que o SL Benfica perderá alguma da sua confiança. Por outro lado, os portistas sabem que se acontecer o oposto, ou seja, o SL Benfica vencer na sua casa, correm o risco de dar confiança aos seus oponentes e de aumentar uma certa desconfiança em relação ao seu novo treinador, Vítor Pereira, e ponta-de-lança, Kléber, pairando os "fantasmas" de Villas-Boas e Falcao na mente dos adeptos.

Esperemos que seja um bom jogo de futebol, será certamente muito táctico, que não ocorram incidentes ou acidentes desagradáveis antes, durante e após a partida, e que ganhe o melhor... e esperemos que esse melhor seja o SL Benfica. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mário Palma, o Phil Jackson português

O treinador Mário Palma conseguiu a proeza de qualificar a selecção portuguesa de Basquetebol para o Campeonato da Europa (EuroBasket). A vitória em Budapeste, frente à Hungria, por 57-66 permitiu que os portugueses estejam presentes na Lituânia para defrontar as melhores selecções europeias de basquetebol.
Figura 1- Mário Palma
O experiente treinador português conta com cerca de 70 títulos no currículo, tornando-o no mais galardoado de sempre do Basquetebol português, muito devido à sua capacidade de liderança, comunicação e motivação, tendo uma filosofia de jogo que passa por um rigoroso momento defensivo e uma rápida saída para o ataque. Palma iniciou as suas grandes conquistas como treinador em Angola, qualificando-a, pela 1ª vez, em 1980 para o Campeonato Africano de Basquetebol (AfroBasket), tendo obtido um 7º lugar.

Em Portugal, Mário Palma conta com 22 títulos, estando ligado à melhor equipa de basquetebol de sempre de Portugal, o SL Benfica da década de 90, que contava com Carlos Lisboa, Pedro Miguel, Jean Jacques, Carlos Seixas, Mike Plowden, Sérgio Ramos, entre outros, sagrando-se 10 vezes campeão nacional em 12 anos e conseguindo a proeza de colocar o clube, na época de 1993/1994, no grupo final pela disputa do título de campeão europeu de Basquetebol. Eventualmente, acabou por sair do clube e foi treinar o Estrelas da Avenida, no qual se sagrou campeão em 1997/1998, tendo sido considerado como o treinador do ano de entre todas as modalidades.

Mário Palma retorna a Angola, liderando a sua selecção a 4 vitórias seguidas no Campeonato Africano de Basquetebol (1999; 2001; 2003; 2005), 2 presenças nos Jogos Olímpicos de 2000 (Sidnei) e 2004 (Atenas) e a um 11º lugar no Mundial de 2002 (Indianapolis). Sai da selecção angolana para treinar o 1º de Agosto, onde foi campeão de Angola por 4 ocasiões e campeão de África em clubes, tendo sido eleito o melhor treinador desse continente em 2005. No ano seguinte deixa Angola para ir treinar o Palma Aqua Mágica da Liga espanhola, onde não obteve resultados satisfatórios. Acabou por aceitar o desafio de orientar a selecção da Jordânia, levando-a à conquista da medalha de bronze (3º lugar) no Campeonato Asiático de Basquetebol em 2009, apurando-a para o Campeonato Mundial de Basquetebol.

Em 2011 volta a Portugal, para orientar a selecção e pôr fim aos fracos resultados obtidos pelo anterior seleccionador nacional, o espanhol Moncho Lopez. Portugal vai disputar o Europeu de Basquetebol pela 3ª vez na sua história, 4 anos depois da 2ª e última presença na fase final da competição, em 2007 (Espanha), na qual terminou na 9ª posição. Em 1951, em França, a selecção portuguesa participou como convidada, ficando na 15.ª posição.

Mário Palma coloca como objectivo o apuramento para a 2ª fase, mas de momento está concentrado em atingir o 1º lugar no grupo de qualificação, para o qual precisamos de vencer por mais de 12 pontos à Finlândia em Coimbra. Depois do Europeu, já está previsto o regresso de Mário Palma ao 1º de Agosto, clube onde já fez história... pena não continuar pelo nosso país, pois a sua competência e forte personalidade são muito necessárias num trabalho que faça evoluir esta modalidade no nosso país, tal como fez em Angola.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Antevisão do campeonato de Futebol 2011/2012: SL Benfica (2)

A pré-época dos encarnados foi novamente bastante atribulada, com muitos jogadores em observação durante o estágio, várias novelas de mercado, bastantes entradas e saídas de futebolistas e com alguns jogadores nucleares a reafirmarem a sua vontade de sair do clube (Coentrão e Luisão). Porém, apesar da grande quantidade de novos jogadores contratados, o SL Benfica investiu menos dinheiro este ano, mas tal não parece ser sinal de um menor critério nas contratações.

As saídas de Sálvio e Fábio Coentrão podem ser consideradas as grandes perdas da equipa relativamente ao ano anterior, mas certas saídas, como a de Roberto, só beneficiam a equipa, acabando com a necessidade de colocar a jogar um futebolista de 6.5M de euros, para não falar do desmantelamento do gang do chopinho (constituído por Sidnei, Airton, Felipe Menezes, Alan Kardec e Luisão). A perda de Coentrão até era algo previsível, tendo em conta o seu alto rendimento, mas a demora em contratar um substituto criou alguma apreensão entre as hostes benfiquistas. O degaste do treinador, Jorge Jesus, face aos resultados da época passada fizeram esquecer o rolo compressor de 2009/2010, e veio ao de cima, aos olhos do adepto, o seu caracter irrascível e teimoso, ao qual falta algum pragmatismo e menos nota artística, de modo a fazer uma gestão do esforço e dos jogos para não rebentar fisicamente com a equipa antes do fim da época.

Figura 1- SL Benfica comemora a conquista do Torneio Guadiana.
O mercado de Inverno da época passada revelou-se um autêntico fracasso, pois das 3 contratações efectuadas (Jardel, Lionel Carole e Fernandez) todas redundaram num autêntico fracasso, dando a impressão de que foram adquiridos jogadores apenas pela necessidade de mostrar trabalho. Outro dos problemas da política de contratações de jogadores é a compra por "atacado", sem presença de relatórios dos observadores do clube, mas por manobras de empresários junto à direção, que decide assumir o risco da contratação pelo baixo preço envolvido, casos de Jan Oblak, Lionel Carole, Léo Kanu, Daniel Wass e André Almeida, o que não quer dizer que alguns deles não possam vir a ser úteis aos glorioso.

Porém, a direção do SL Benfica parece ter-se mexido bastante bem neste período do mercado de transferências, tornando o seu plantel, do meu ponto de vista, no melhor da 1ª Liga Portuguesa, o que não quer dizer que tenha os melhores jogadores. As águias têm muitas opções para os várias posições do sistema táctico de Jorge Jesus, mas também permite ao próprio fazer várias variações e esquemas tácticos. Ezequiel Garay veio preencher o centro da defesa que havia ficado órfão com a saída de David Luiz para o Chelsea, fazendo uma boa dupla com Luisão, Axel Witsel veio dar a consistência necessária ao meio-campo, sendo um jogador muito forte nas transições, que fazia falta ao clube desde a saída de Ramires, Nolito com a sua garra, faro pelo golo e qualidade técnica a flectir da ala para o meio tem feito lembrar o saudoso Simão Sabrosa, e finalmente Artur Moraes e Eduardo, que apesar de não serem guarda-redes de top, são outra tranquilidade e qualidade à baliza das águias.

As outras contratações de relevo como Enzo Perez, Bruno César e Nemanja Matic têm mostrado bastante qualidade a espaços, apesar de ainda precisarem de mais algum tempo de adaptação. Capdevila e Emerson parecem apostas seguras para aguentar a lateral esquerda, mas claro que dificilmente farão esquecer Coentrão, mas isso aconteceria de qualquer das formas, e a aposta num campeão mundial por Espanha e num campeão de França colmatarão essencialmente o aspecto defensivo do lugar. Urreta, Miguel Vítor, Nélson Oliveira, Rodrigo e David Simão são outros jogadores de qualidade extra que tiveram a rodar e podem contribuir e evoluir no interior do plantel, especialmente o uruguaio, que parece ser o único extremo clássico do plantel.

O centro da defesa e do ataque parecem não ter a competitividade necessária para questionar o lugar dos titulares, contudo, Miguel Vítor é um jogador da formação que nunca desiludiu de águia ao peito e que fez uma boa pré-época após uma boa temporada em Inglaterra. Já Óscar Cardozo parece estar acomodado a um estatuto de intocável por não ter uma concorrência visível, algo notado no ano passado, tanto nele como em Saviola. Apesar disso, foi contratado Rodrigo Mora, a quem não têm sido dadas oportunidades, há ainda Franco Jara, que o ano passado contribuiu com 11 golos com pouco tempo de jogo, e as jovens esperanças Nélson Oliveira e Rodrigo Machado que se encontram no Mundial sub-20.

Apesar do FC Porto partir como favorito, penso que o SL Benfica tem toda a legitimidade de questionar esse favoritismo, sendo fundamental o começo do campeonato para ver quem tem unhas para tocar esta guitarra. Efectivamente, o embalo ganho pelas vitórias iniciais e por eventuais deslizes do adversário poderão marcar o ritmo e o vencedor deste campeonato. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Bola: "Vieira diz que Roberto valerá mais de 8,6 milhões"

No ano de 2010 o SL Benfica anunciava a compra milionária, por 8.5 milhões de euros, de um guarda-redes espanhol do Atlético de Madrid que esteve emprestado por apenas 6 meses ao Real Saragoça. Na altura, esta contratação ficava no 9º lugar nas transferências mais caras de sempre de um GR (lista liderada pela contratação de Buffon pela Juventus em 2001 por 37 milhões de euros), o que era notável e esquisito ao mesmo tempo, pois Roberto Jimenez ainda era um jogador jovem e com muito a provar. Com a transferência de David de Gea para o Manchester United, Roberto caiu para o 10º lugar no Top das transferências de guarda-redes, só para ser ultrapassado por ele próprio, numa contratação de 8.6 milhões de euros protagonizada pelo Real Saragoça.
Figura 1- Roberto e a sua noiva, Marta, no Estádio da Luz.
Se a sua vinda por aqueles números, tendo em conta o seu backround profissional (apesar de ser internacional pelas camadas jovens em Espanha), já foi algo estranha, a sua saída entra no domínio do incrível. Roberto fez uma época para esquecer nos encarnados, sendo um dos culpados pelo pior início de sempre de um campeonato pelo SL Benfica, dando inúmeros "frangos". Porém, o facto de ter tido aquele preço, impedia o treinador Jorge Jesus de prescindir do espanhol. Eventualmente, o treinador cedeu à pressão e na 3ª jornada coloca o espanhol no banco em detrimento de Júlio César no jogo contra o Vitória de Setúbal. Contudo, logo no início do jogo, o guarda-redes brasileiro comete falta para grande penalidade e é expulso, voltando a entrar em cena Roberto, que com uma boa estirada defende a grande penalidade. A partir desse momento, Roberto faz exibições de extremos, ora fazendo grandiosas defesas, ora provocando inúmeros calafrios, especialmente em bolas cruzadas para a grande área, mas que não tiveram consequências de maior. Todavia, o fim da época seria novamente terrível, tendo comprometido em alguns jogos importantes, nomeadamente contra o FC Porto.

Com tudo isto, era de pensar que o guarda-redes espanhol perdesse alguma da sua cotação, já de si inflacionada, mas não foi isso que pensaram os responsáveis do Real Saragoça, lembrando-se certamente dos 6 meses em que Roberto esteve ao seu serviço com muita eficácia, mas esquecendo o grave período financeiro que o clube atravessa. Não digo que o guarda-redes espanhol não tenha qualidades, que as tem, especialmente entre os postes, sendo bastante "elástico" para a sua altura, mas nas saídas da baliza é algo desastroso e provou não ter a capacidade mental para jogar num grande clube, o que não quer dizer que não venha a melhorar nestes aspectos, pois ainda é relativamente jovem.
Figura 2- Capa de Roberto no "Mundo Deportivo" de 2010.
A influência que Jorge Mendes terá tido no negócio pode ter sido determinante, assim como a dívida do SL Benfica ao Real Saragoça por Pablo Aimar, porém, os meandros do negócio são algo estranhos, mesmo com a boa consideração que Roberto terá nas hostes aragonesas. O mundo empresarial no futebol é algo complexo e deve ser bem escrutinado, mas o que interessa realmente é que o SL Benfica descalçou esta bota de uma forma fantástica.


http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=279166

Por José Manuel Delgado
 

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Visão: "O senhor Águas"

Há umas semanas atrás, António Lobo Antunes fez uma bonita crónica sobre um dos melhores jogadores de sempre do SL Benfica e do futebol nacional, o saudoso José Águas. Este antigo ponta de lança protagonizou 13 épocas de águia ao peito, ganhando 5 campeonatos nacionais, 7 taças de Portugal e 2 taças dos Campeões Europeus, num total de 384 jogos e 374 golos marcados, tendo-se sagrado 5 vezes como o melhor marcador do campeonato nacional (51/52; 55/56; 56/57; 58/59; 60/61). É ainda hoje o 2º melhor marcador de golos na história do SL Benfica, só ficando atrás de Eusébio.

José Águas é também relembrado por ter sido o capitão de equipa nas duas finais vitoriosas na Taça dos Campeões Europeus, em 1961 contra o Barcelona e em 1962 contra o Real Madrid. Pela selecção nacional realizou 25 jogos em que marcou por 11 vezes. Foi descoberto pelo SL Benfica durante uma digressão a Angola em 1950, sendo que única derrota dos encarnados foi frente ao Lusitano de Lobito (1-3), onde pontificava o jovem Águas, que foi carrasco das águias nessa tarde ao marcar 2 golos. Nesse mesmo dia foi contratado pelo Benfica, o clube do coração, apesar do forte assédio do FC Porto. Fez a restante digressão com a equipa, só despindo a camisola rubra do "Glorioso" em 1963.
Figura 1- José Águas na disputa de bola pelo ar.
Foi lançado pelo treinador britânico Ted Smith em Setembro de 1950. Quem o viu jogar adjectiva-o de elegante, tanto no trato da bola, como para com o adversário, sendo um cabeceador exímio (muitas vezes apelidado de "cabeça de ouro"), o que aliado à sua forte impulsão provocava estragos nas balizas contrárias. Só em 1962, com a entrada do treinador chileno Fernando Riera, acaba por ser relegado para o banco, para a entrada de José Torres. Emigra então para a Áustria, para jogar pelo Austria de Viena, onde contabilizou dois golos em sete jogos partidas, terminado assim a sua carreira.

O seu filho, Rui Águas, acabaria por seguir as pisadas do pai, tornando-se ponta-de-lança no SL Benfica, dentro do mesmo estilo, embora sem a mesma eficácia. Houve um momento em o filho se esqueceu da vocação benfiquista da família Águas, ao transferir-se para o FC Porto em 1988, pela falta de entendimento quanto aos valores de renovação do contrato. A ida para os rivais da "invicta" causou um grande rombo emocial no adepto benfiquista, não só pela qualidade futebolística do jogador, mas porque o nome do seu pai está inevitávelmente ligado ao clube, que, por sua vez, nunca lhe terá perdoado completamente por aquela desfeita.
Figura 2- Rui Águas festeja golo contra o FC Porto.
Rui Águas esteve no FC Porto por duas temporadas, onde foi acossado pelos colegas de equipa, que lhe cantarolavam "Pássaros do Sul" (de Mafalda Veiga) enquanto entrava no balneário. Acabou por sair dos dragões, novamente rumo ao SL Benfica, onde foi a tempo de minimizar os estragos feitos ao nome "Águas", sagrando-se melhor marcador do campeonato nacional em 90/91.


Referências Bibliográficas:

A BOLA (s/d) - 100 figuras do futebol português.

Tovar, Rui (2010) - José Águas: o melhor dactilógrafo da Europa. Em linha: http://www.ionline.pt/conteudo/77414-jose-aguas-o-melhor-dactilografo-da-europa


Visão - crónica de António Lobo Antunes

Nunca admirei tanto um atleta como admirei José Águas. Para quê, portanto, ir ao futebol se ele já não se encontra no estádio?