segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A Desilusão Olímpica

Nos jornais e cafés ouvem-se suspiros de desilusão e vozes de revolta contra a prestação dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Londres, mas para ser sincero não percebo o porquê deste queixume, pois "só podemos colher aquilo que semeamos!"
Figura 1- Telma Monteiro imobilizada pela adversária.
Concordo com Mário Santos, chefe da missão olímpica portuguesa, quando diz que falta "Cultura Desportiva" ao país, porém, não pelas mesmas razões. Mário Santos acha que há uma exigência desmedida tendo em conta os bons resultados obtidos, pois apesar de não obter medalhas, "(...) muitos atletas portugueses presentes em Londres estão entre os 16 melhores do mundo.". Ora, penso que isto revela uma falta de exigência e um discurso de relativização dos fracos resultados de Portugal nos Jogos Olímpicos.

O que é certo é que existem países de menor tamanho ou com menos população que têm resultados muito superiores a Portugal, e pensar que Michael Phelps tem tantas medalhas quanto tem Portugal em toda a história dos Jogos Olímpicos é algo que nos devia envergonhar. Todavia, olhando para a realidade desportiva do país, os resultados alcançados até são bastante bons. Não se podem exigir medalhas quando os nossos miúdos ou desportistas não dispõem de condições para prosseguir uma carreira de atleta de alta competição, tanto em termos financeiros, como em termos logísticos/infraestruturais.

O problema é que só nos lembramos do Desporto, à exceção do futebol, de 4 em 4 anos. Não podemos comparar a cultura deportiva e de competição de países como Hungria, Suiça, Holanda, Sérvia, Suécia, Dinamarca com Portugal. Temos que apostar mais no Desporto de Competição na nossa matriz cultural, especialmente a partir das nossas escolas, de modo a atrair mais jovens para a prática desportiva em várias modalidades, para daí retirar benefícios futuros em termos de prestígio olímpico, mas também em termos de Saúde Pública.

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