Já há muito tempo que não escrevo no blogue, pois tenho estado algo ocupado com aspetos relacionados com a minha vida profissional. Porém, estou algo irritado com a pieguice (Passos Coelho trademark) que anda em torno da aplicação do novo acordo ortográfico. ESTE NÃO SERÁ O PRIMEIRO E NEM ÚLTIMO ACORDO ORTOGRÁFICO A SER FEITO EM TORNO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Não vale a pena, pessoas com responsabilidades, tipo Vasco da Graça Moura, armarem-se em pequenos faraós e ignorarem o acordo assinado em 1990 por Pedro Santana Lopes, secretário de Estado da Cultura do Governo cavaquista.
Como lembrete, é necessário referir que, em 1911, o Portugal republicano implementou uma reforma ortográfica bem maior que a atual, modificando completamente o aspeto da língua escrita, uma reforma feita sem qualquer acordo com o Brasil, passando a haver ortografias divergentes dos dois lados do Atlântico. Nas décadas que se seguiram a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras foram tentando atenuar algumas diferenças de grafia, tendo, em 1945, sido efetuado um Acordo Ortográfico entre as duas partes. Em 1971 dá-se um novo entendimento entre os dois países, aproximando a escrita pela supressão de acentos gráficos. Com a justificação de que a existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa — a luso-africana e a brasileira — impedia a unidade intercontinental do português e diminuía o seu prestígio no mundo, especialmente em fóruns internacionais, foi elaborado um "Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa", que conduziu à assinatura do atual Acordo Ortográfico em 1990.
Sei que se trata apenas de uma resistência à mudança... comum em tudo o que implique a mudança de hábitos das pessoas, mas com franqueza, temos bastante mais com que nos preocupar!!
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