Portugal é um país que poucos apoios dá à prática desportiva. Com efeito é preciso muita perseverança dos miúdos e dos seus pais, juntamente com a "bagagem financeira", para se formarem atletas de elite e altamente profissionais neste país. As semanas preenchidas, o cansaço das deslocações e da competição é aliado neste país à falta de organização das federações e ao escasso ou nenhum apoio financeiro que as famílias dos pequenos desportistas têm para participarem nas ditas competições. Tudo isto faz com que os atletas desistam, ou pouco evoluam dentro do seu potencial... sendo necessário mais condições infraestruturais, mais apoio ao desporto jovem, não só em termos de incentivo financeiro, mas de incentivo à prática desportiva, fomentando-se assim mais competição, mais saúde e mais e melhores futuros atletas, pois é assim aumentada a base de recrutamento, e consequentemente o leque de desportistas com capacidades inatas.
João Sousa é um tenista profissional português, o n.º 1 de Portugal e o n.º 77 a nível mundial. A sua ambição em chegar a esta profissão deveu-se muito à sua carolice e dos seus pais, ou seja, muito sacrificio pessoal e financeiro. Imaginem só se o nível competitivo do ténis português fosse outro... se calhar João Sousa teria evoluído muito mais do que fez tendo competido com o nível atual. Claro que já outros tenistas, melhores ou não que João Sousa, que chegaram mais acima em termos de ranking (Rui Machado), e que também estiveram perto de vencer um torneio do ATP (Frederico Gil), mas as circunstâncias e o talento fizeram com que João Sousa fizesse história ao ganhar para Portugal o 1º torneio ATP da história.
O vimaranense bateu na final do torneio ATP de Kuala Lumpur (Malásia) o francês Julien Benneteau, n.º 33 do ranking mundial, em 3 sets (2-6, 7-4 e 6-4), escrevendo uma página especial do ténis nacional, e isto apesar do escasso apoio que se dá ao Desporto em Portugal. Daí achar que devemos ter a noção, como nação, que "não se fazem omeletes sem ovos"!
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