De acordo com as notícias que saem da Coreia do Norte, os coreanos estão lavados em lágrimas, desolados pela morte do seu "Querido Líder"... sem saber como irão conseguir sobreviver sem o tirano! "Mas não há razões para temer", dizem os órgãos de comunicação social norte-coreanos, o filho da mulher preferida de Kim Jong-Il, Kim Jong-Un, fará as delícias do povo... ou não! O mundo ocidental, por outro lado, vibra com a notícia, pois vê uma ténue hipótese de quebrar o último grande muro que ainda resta da "Guerra Fria", o do paralelo 38, resolvendo questões diplomáticas graves relativamente a um possível conflito militar que pudesse advir da política belicista do "Querido Líder".
O início da História da Coreia tem por base uma lenda do século XIII que refere a existência de um proto-estado do Calcolítico na zona actual da Península e parte Nordeste da China, o reino Gojoseon fundado por Dangun Wanggeom, o "neto dos céus", com capital na área de Pyongyang. O Reino perdurou até 108 aC, quando foi invadido pelos chineses da Dinastia Han, formando na área a norte os "4 Comandos de Han", que foram caindo, até restar o Comando Lelang, que só viria a cair em 313 dC. Esse tempo ficou conhecido como o "Período dos Vários Estados", em que no restante território da península coreana se foram formando e caindo diversos Reinos, estabilizando no "Período dos 3 Reinos". Os 3 Reinos da Coreia eram Goguryeo, Silla e Baekje, que rivalizavam e aliavam-se entre si, através de conflitos militares, pelo controlo da península. O primeiro reino referido, Goguryeo, era o mais poderoso e entrava em conflitos periódicos com a Dinastia Tang da China, ficando na zona Norte da Península, já Baekje situava-se na zona Sudoeste, concentrando-se em torno da actual Seul, por fim, o reino Silla era o mais recente, situando-se no Sudeste da península. Porém em 660 dC, o rei Muyeol de Silla formou uma aliança com a Dinastia Tang e conquistou Baekje. No ano seguinte, a coligação, atacou infrutíferamente Goguryeo, que só viria a cair na campanha de 667, unificando quase toda a península sob o jugo de Silla.
No século IX o reino de Silla passou por tumultos sociais que ajudaram à sua queda. No reino vigorava um sistema de classes (bone rank, com 5 níveis), em que os cargos governamentais eram transmitidos por via hereditária, um sistema que a família real utilizava para dominar politicamente o reino, mantendo o poder dentro do seu sangue ou do seu circulo social, a alta nobreza. A nobreza local, hojok, formaram exércitos próprios, o que lhes deu algum poder para questionar o poder central e estabelecer poderes regionais autónomos. A cisão tomou contornos mais graves a partir de 2 eventos: (1) a crise sucessória ao trono, com a morte do rei Hyegong; (2) a revolta campesina de 889, devido aos elevados impostos que a Coroa e os Nobres tributavam. Silla tornou-se nos 100 anos seguintes um reino muito instável, com revoltas e golpes de Estado. No ano de 900 um antigo general de Silla, Gyeon Hwon, liderou tropas rebeldes na conquista de regiões no Sudoeste e no cerco à capita Mujinju, declarando-se posteriormente rei de Hubaekje, que pegará no legado do antigo reino de Baekje. Outro nobre dissidente de Silla, Gung Ye, formaria, pela força, o reino de Hugoguryeo (mais tarde Majin) em 904, formando uma nova tríade de reinos rivais.
Com as sucessivas conquistas, o reino Majin torna-se na potência militar da região, conquistando 3/4 da península, e Gung Ye torna-se num líder cada vez mais déspota, denominando-se Maitreya Buddha, fundido o poder político com o religioso. O general Wanggeon lidera uma revolta em 918 que o retira do poder, formando uma nova dinastia, denominada Goryeo, que se dizia descendente do antigo reino de Goguryeo. A fragilidade de Silla foi aproveitada por Hubaekje e Goryeo, disputando o seu território e rivalizando entre si, mas em 935 o rei Gyeongsun rende-se a Goryeo, aproveitando um momento de conflitos internos em Hubaekje, aquando da sucessão de Gyeon Hwon, que havia nomeado o seu filho mais novo, Geumgang, como o herdeiro do reino, o que originou uma revolta dos seus filhos mais velhos (de uma esposa anterior), com um golpe de estado que colocou Singeom, o filho mais velho, no trono, desterrando o seu pai num templo Geumsan, que por sua vez não tardou em escapar e juntar-se a Goryeo.
Goryeo tornou-se no reino dominante, conquistando Hubaekje em 936, reunificando a península e governando-a do século X até aos finais do século XIV. Neste período surgem códigos legislativos, uma Administração Pública, um forte desenvolvimento "industrial", o Budismo espalha-se por todo o território, apesar de conflitos com os confucionistas. As invasões mongóis do século XIII causaram alguma desrupção no reino, mas foi conseguida uma certa autonomia com a assinatura de um tratado de paz que o colocaria como um reino vassalo da dinastia mongol Yuan da China.
Em 1392, através de um golpe de estado, forma-se a dinastia Joseon (em honra de Gojoseon, "velho" Joseon), aproveitando a desintegração do império Mongol e o surgimento da dinastia Ming na China. A China dos Ming enviou a Goryeo em 1388 uma mensagem a exigir a devolução de parte do território do Norte de Goryeo. O general Choe, que fora suportado pela dinastia Yuan, entendeu a mensagem como uma declaração de guerra e atacou a península de Liaodong, um território que faria parte do antigo reino de Goguryeo, tendo escolhido o general Yi Seong-gye para essa tarefa. Porém, Yi revolta-se e destrona o rei U em favor do seu filho Chang, mas mais tarde, devido a um contra-golpe, coloca Gongyang no trono, mas por um breve periodo, até ele próprio assumir a liderança de Goryeo, tornando-se no rei Taejo, eliminando os aristocratas leais aos reis anteriores, renomeando o reino como Grande Joseon, movendo a capital para Hanyang (actual Seul), onde construiu o palácio Gyeongbokgung, e formando a dinastia Joseon que durou 5 séculos.
Em 1394 o confuncionismo é adoptado como a religião oficial do reino, o que limitou a expansão do budismo. Com o rei Sejong o Grande o reino atravessou um período de grande prosperidade e inovação cultural e tecnológica, tendo sido promulgado o hangul, o alfabeto coreano. Contudo, nos séculos XVI e XVI a dinastia foi sendo enfraquecida pelas invasões do Japão (entre 1592 e 1598), da dinastia Qing da China e da Manchúria, levando a uma política isolacionista do reino, exacerbada também pelo medo do imperialismo ocidental, ficando conhecido como o "Reino Eremita". Depois das invasões da Manchúria, Joseon conheceu um período de 200 anos de paz. No século XIX, conflitos internos e a pressão internacional levou ao fim da dinastia Joseon, sob o jugo colonial japonês.
O Japão, depois da restauração Meiji, adquiriu tecnologia militar proveniente do Ocidente, e com essa vantagem forçou Joseon a assinar o Tratado de Ganghwa em 1876, abrindo os seus portos para o comércio e acabando com o protectorado chinês do Reino. Em 1894 assistiu-se à Revolta Campesina de Donghak, em que os camponeses, liderados por Jeon Bong-jun, derrotaram as força do líder local, Jo Byong-gap, na batalha de Go-bu, cujos bens foram distribuidos pelos camponeses. A incursão do exército campesino continuou, chegando até Jeonju, altura em que o governo de Joseon pediu ajuda à Dinastia Qing para debelar a revolta, tendo sido enviados 3.000 homens que forçaram os rebeldes a assinar as tréguas. Os japoneses consideraram a presença chinesa na península uma afronta e enviaram 8.000 homens para a região, tomando Seul e colocando um governo "fantoche" pró-japonês à frente do reino em 1894, o que deu origem à 1ª Guerra Sino-Japonesa, travada na Coreia. A imperatriz Myeongseong havia tentado combater a interferência japonesa na Coreia, pedindo apoio à China e à Russia, e deste modo é assassinada em 1895 por espiões nipónicos, orquestrado pelo Ministro japonês para a Coreia, Miura Goro.
A Dinastia Qing deu-se por derrotada no Tratado de Shimonoseki (1895), que garantia a independência da Coreia da China e uma hegemonia nipónica na região. Para reforçar o nacionalismo e integridade do reino, o imperador Gojong forma o Império da Coreia em 1897, um curto período em que se procurou desenvolver o país economicamente e tecnologicamente através de contactos com a Rússia. Em 1904 deflagra a guerra Russo-Japonesa sobre a Coreia, que termina com a vitória nipónica na batalha naval de Port Arthur em 1905, à qual se seguiu o Tratado de Portsmouth. O Japão ganha um maior domínio sobre a Coreia, tornando-a num protectorado pelo Tratado de Eulsa (1905), para a qual foi nomeado governador Ito Hirobumi, que acabaria por morrer assassinato pelo independentista coreano An Jung-geun em 1909. O imperador Gwangmu foi obrigado a abdicar do trono em 1907 em favor do seu filho, Sunjong, que se tornaria no segundo e último imperador da Coreia. Em 1910 o Império da Coreia foi anexado pelo Japão, por força do Tratado de Anexação Japão-Coreia, iniciando um período de domínio colonial nipónico de 35 anos.
A derrota japonesa na 2ª Grande Guerra pelos aliados, fez dividir o território coreano por 2 zonas de influência, durante a "Guerra Fria". Em 1945 os japoneses foram expulsos da Coreia pela guerrilha liderada por Kim Il-sung, apoiada pela URSS, ocupando quase toda a península, à excepção de Pusan, ocupada pelas forças americanas. O comité provisório popular da Coreia do Norte elaborou uma reforma agrária, abolindo a propriedade feudal, nacionalizou indústrias e a banca, proclamou a igualdade dos sexos e elaborou uma campanha de alfabetização. Em 1948 a Assembleia popular proclama a República Popular Democrática da Coreia, com capital em Pyongyang.
A Coreia do Norte, não reconhecendo legitimidade à República da Coreia e após a realização de eleições legislativas nesse território, tentou unificar o país avançando para Sul, nas zona dominada pelos americanos. O boicote da URSS ao Conselho de Segurança das Nações Unidas permitiram ao EUA considerar a Coreia do Norte como agressor e de fazer votar nas Nações Unidas uma acção militar contra a Coreia do Norte. Em Outubro 1950, os EUA invadiram a Coreia, que se encontrava apoiada pela China e URSS, dando origem a um confronto que duraria por 3 anos, até à assinatura do armistício de Panmunjeon, criando uma zona desmilitarizada, o paralelo 38, com influência soviética a Norte, e influência americana a Sul, formando-se dois países divididos que se proclamam como os herdeiros legítimos da nação coreana, faltando ainda a assinatura de um acordo de paz. Seguiram-se ligeiros confrontos fronteiriços e tentativas de assassinato a líderes sul-coreanos, como o atentado de Rangoon, em 1983, ao presidente Chun Doo-hwan, até que em 1976, a morte de dois militares americanos na zona desmilitarizada da Coreia, que terão sido ordenados por Kim Jong-Il, filho de Kim Il-sung, que deu origem à operação Paul Bunyan que quase fez escalar um conflito de maior envergadura entre os dois blocos.
No Norte formou-se um regime à imagem da URSS, de ideologia comunista, monopartidário (Partido dos Trabalhadores Coreanos), totalitário e com um forte culto à personalidade. O governo de Kim Il-sung, o Presidente Eterno, adoptou a ideologia Juche, de auto-subsistência, identificando a população coreana como o verdadeiro motor do desenvolvimento do país. A crise petrolífera dos anos 70 mergulhou o país numa crise profunda, que veio a ser agravada pelo colapso da URSS e por uma série de desastres naturais, provocando um grave problema de alimentar, o que causou a morte de 900.000 a 2.000.000 de pessoas.
Na Coreia do Sul, sob um apertado controlo militar americano, o país viveu um período autoritário e ditatorial de direita, liderado por Syngman Rhee, que liderou o país até à revolta estudantil de 1960. Seguiu-se um período de instabilidade política, que terminou com o golpe militar do general Park Chung-hee, assumindo o controlo do país através de uma ditadura militar até ao seu assassinato em 1979. Seguiu-se outro golpe de Estado pelo general Chun Doo-hwan, que fez vigoral a lei marcial e reprimiu qualquer oposição ao seu poder, apesar dos protestos da população a favor da Democracia, como aqueles que ocorreram em Gwangju, fortemente reprimidos. A liderança despótica de Chun terminou em 1987, após um enorme levantamento popular contra o Governo após a tortura e assassinato de um jovem estudante universitário, originando eleições directas para a presidência, que foram ganhas à tangente por Roh Tae-woo, pertencente ao partido de Chun.
Nos anos 90 a Coreia do Sul fez a transição para uma Democracia Liberal, no Norte, com a morte de Kim Il-sung (1994), seguiu-se uma transição para uma monarquia absolutista, passando o poder hereditariamente para Kim Jong-il, que segue a mesma linha isolacionista, secretista e belicista, adoptando a songun, uma política militar de modo a fortalecer o país e o seu governo, sendo o Estado mais militarizado do mundo, com um programa de armas nucleares que tem originado conflitos com a comunidade internacional, nomeadamente com os EUA. Entretanto, no fim dos anos 90, as Coreias adoptam a "Política do Amanhecer" numa cimeira em Pyongyang, com vista à aproximação dos dois Estados.
O armistício viria a ser interrompido em Maio de 2009 pela Coreia do Norte, quando a Coreia do Sul anunciou a adesão ao programa de "Iniciativa de Segurança contra a Proliferação", criada pelos EUA para impedir o tráfico mundial de armas de destruição massiva. A Coreia do Norte prosseguiria o seu programa de enriquecimento de urânio apesar da sanções da comunidade internacional, que a vê como um barril de pólvora prestes a explodir. Porém, com a morte de Kim Jong-Il abre-se uma janela de esperança relativamente ao futuro da península coreana, esperando-se Kim Jong-Un, o "grande sucessor", se desvie da linha seguida pelo pai por uma de convergência com a comunidade internacional e de uma progressiva unificação com a sua vizinha do Sul, algo que será sempre limitado pela China. No fundo são a mesma nação, divididas por uma guerra fria moribunda e ideologicamente falida, que partilham a mesma identidade, cultura e língua.
Com as sucessivas conquistas, o reino Majin torna-se na potência militar da região, conquistando 3/4 da península, e Gung Ye torna-se num líder cada vez mais déspota, denominando-se Maitreya Buddha, fundido o poder político com o religioso. O general Wanggeon lidera uma revolta em 918 que o retira do poder, formando uma nova dinastia, denominada Goryeo, que se dizia descendente do antigo reino de Goguryeo. A fragilidade de Silla foi aproveitada por Hubaekje e Goryeo, disputando o seu território e rivalizando entre si, mas em 935 o rei Gyeongsun rende-se a Goryeo, aproveitando um momento de conflitos internos em Hubaekje, aquando da sucessão de Gyeon Hwon, que havia nomeado o seu filho mais novo, Geumgang, como o herdeiro do reino, o que originou uma revolta dos seus filhos mais velhos (de uma esposa anterior), com um golpe de estado que colocou Singeom, o filho mais velho, no trono, desterrando o seu pai num templo Geumsan, que por sua vez não tardou em escapar e juntar-se a Goryeo.
Goryeo tornou-se no reino dominante, conquistando Hubaekje em 936, reunificando a península e governando-a do século X até aos finais do século XIV. Neste período surgem códigos legislativos, uma Administração Pública, um forte desenvolvimento "industrial", o Budismo espalha-se por todo o território, apesar de conflitos com os confucionistas. As invasões mongóis do século XIII causaram alguma desrupção no reino, mas foi conseguida uma certa autonomia com a assinatura de um tratado de paz que o colocaria como um reino vassalo da dinastia mongol Yuan da China.
Em 1392, através de um golpe de estado, forma-se a dinastia Joseon (em honra de Gojoseon, "velho" Joseon), aproveitando a desintegração do império Mongol e o surgimento da dinastia Ming na China. A China dos Ming enviou a Goryeo em 1388 uma mensagem a exigir a devolução de parte do território do Norte de Goryeo. O general Choe, que fora suportado pela dinastia Yuan, entendeu a mensagem como uma declaração de guerra e atacou a península de Liaodong, um território que faria parte do antigo reino de Goguryeo, tendo escolhido o general Yi Seong-gye para essa tarefa. Porém, Yi revolta-se e destrona o rei U em favor do seu filho Chang, mas mais tarde, devido a um contra-golpe, coloca Gongyang no trono, mas por um breve periodo, até ele próprio assumir a liderança de Goryeo, tornando-se no rei Taejo, eliminando os aristocratas leais aos reis anteriores, renomeando o reino como Grande Joseon, movendo a capital para Hanyang (actual Seul), onde construiu o palácio Gyeongbokgung, e formando a dinastia Joseon que durou 5 séculos.
Em 1394 o confuncionismo é adoptado como a religião oficial do reino, o que limitou a expansão do budismo. Com o rei Sejong o Grande o reino atravessou um período de grande prosperidade e inovação cultural e tecnológica, tendo sido promulgado o hangul, o alfabeto coreano. Contudo, nos séculos XVI e XVI a dinastia foi sendo enfraquecida pelas invasões do Japão (entre 1592 e 1598), da dinastia Qing da China e da Manchúria, levando a uma política isolacionista do reino, exacerbada também pelo medo do imperialismo ocidental, ficando conhecido como o "Reino Eremita". Depois das invasões da Manchúria, Joseon conheceu um período de 200 anos de paz. No século XIX, conflitos internos e a pressão internacional levou ao fim da dinastia Joseon, sob o jugo colonial japonês.
O Japão, depois da restauração Meiji, adquiriu tecnologia militar proveniente do Ocidente, e com essa vantagem forçou Joseon a assinar o Tratado de Ganghwa em 1876, abrindo os seus portos para o comércio e acabando com o protectorado chinês do Reino. Em 1894 assistiu-se à Revolta Campesina de Donghak, em que os camponeses, liderados por Jeon Bong-jun, derrotaram as força do líder local, Jo Byong-gap, na batalha de Go-bu, cujos bens foram distribuidos pelos camponeses. A incursão do exército campesino continuou, chegando até Jeonju, altura em que o governo de Joseon pediu ajuda à Dinastia Qing para debelar a revolta, tendo sido enviados 3.000 homens que forçaram os rebeldes a assinar as tréguas. Os japoneses consideraram a presença chinesa na península uma afronta e enviaram 8.000 homens para a região, tomando Seul e colocando um governo "fantoche" pró-japonês à frente do reino em 1894, o que deu origem à 1ª Guerra Sino-Japonesa, travada na Coreia. A imperatriz Myeongseong havia tentado combater a interferência japonesa na Coreia, pedindo apoio à China e à Russia, e deste modo é assassinada em 1895 por espiões nipónicos, orquestrado pelo Ministro japonês para a Coreia, Miura Goro.
A Dinastia Qing deu-se por derrotada no Tratado de Shimonoseki (1895), que garantia a independência da Coreia da China e uma hegemonia nipónica na região. Para reforçar o nacionalismo e integridade do reino, o imperador Gojong forma o Império da Coreia em 1897, um curto período em que se procurou desenvolver o país economicamente e tecnologicamente através de contactos com a Rússia. Em 1904 deflagra a guerra Russo-Japonesa sobre a Coreia, que termina com a vitória nipónica na batalha naval de Port Arthur em 1905, à qual se seguiu o Tratado de Portsmouth. O Japão ganha um maior domínio sobre a Coreia, tornando-a num protectorado pelo Tratado de Eulsa (1905), para a qual foi nomeado governador Ito Hirobumi, que acabaria por morrer assassinato pelo independentista coreano An Jung-geun em 1909. O imperador Gwangmu foi obrigado a abdicar do trono em 1907 em favor do seu filho, Sunjong, que se tornaria no segundo e último imperador da Coreia. Em 1910 o Império da Coreia foi anexado pelo Japão, por força do Tratado de Anexação Japão-Coreia, iniciando um período de domínio colonial nipónico de 35 anos.
A derrota japonesa na 2ª Grande Guerra pelos aliados, fez dividir o território coreano por 2 zonas de influência, durante a "Guerra Fria". Em 1945 os japoneses foram expulsos da Coreia pela guerrilha liderada por Kim Il-sung, apoiada pela URSS, ocupando quase toda a península, à excepção de Pusan, ocupada pelas forças americanas. O comité provisório popular da Coreia do Norte elaborou uma reforma agrária, abolindo a propriedade feudal, nacionalizou indústrias e a banca, proclamou a igualdade dos sexos e elaborou uma campanha de alfabetização. Em 1948 a Assembleia popular proclama a República Popular Democrática da Coreia, com capital em Pyongyang.
A Coreia do Norte, não reconhecendo legitimidade à República da Coreia e após a realização de eleições legislativas nesse território, tentou unificar o país avançando para Sul, nas zona dominada pelos americanos. O boicote da URSS ao Conselho de Segurança das Nações Unidas permitiram ao EUA considerar a Coreia do Norte como agressor e de fazer votar nas Nações Unidas uma acção militar contra a Coreia do Norte. Em Outubro 1950, os EUA invadiram a Coreia, que se encontrava apoiada pela China e URSS, dando origem a um confronto que duraria por 3 anos, até à assinatura do armistício de Panmunjeon, criando uma zona desmilitarizada, o paralelo 38, com influência soviética a Norte, e influência americana a Sul, formando-se dois países divididos que se proclamam como os herdeiros legítimos da nação coreana, faltando ainda a assinatura de um acordo de paz. Seguiram-se ligeiros confrontos fronteiriços e tentativas de assassinato a líderes sul-coreanos, como o atentado de Rangoon, em 1983, ao presidente Chun Doo-hwan, até que em 1976, a morte de dois militares americanos na zona desmilitarizada da Coreia, que terão sido ordenados por Kim Jong-Il, filho de Kim Il-sung, que deu origem à operação Paul Bunyan que quase fez escalar um conflito de maior envergadura entre os dois blocos.
No Norte formou-se um regime à imagem da URSS, de ideologia comunista, monopartidário (Partido dos Trabalhadores Coreanos), totalitário e com um forte culto à personalidade. O governo de Kim Il-sung, o Presidente Eterno, adoptou a ideologia Juche, de auto-subsistência, identificando a população coreana como o verdadeiro motor do desenvolvimento do país. A crise petrolífera dos anos 70 mergulhou o país numa crise profunda, que veio a ser agravada pelo colapso da URSS e por uma série de desastres naturais, provocando um grave problema de alimentar, o que causou a morte de 900.000 a 2.000.000 de pessoas.
Na Coreia do Sul, sob um apertado controlo militar americano, o país viveu um período autoritário e ditatorial de direita, liderado por Syngman Rhee, que liderou o país até à revolta estudantil de 1960. Seguiu-se um período de instabilidade política, que terminou com o golpe militar do general Park Chung-hee, assumindo o controlo do país através de uma ditadura militar até ao seu assassinato em 1979. Seguiu-se outro golpe de Estado pelo general Chun Doo-hwan, que fez vigoral a lei marcial e reprimiu qualquer oposição ao seu poder, apesar dos protestos da população a favor da Democracia, como aqueles que ocorreram em Gwangju, fortemente reprimidos. A liderança despótica de Chun terminou em 1987, após um enorme levantamento popular contra o Governo após a tortura e assassinato de um jovem estudante universitário, originando eleições directas para a presidência, que foram ganhas à tangente por Roh Tae-woo, pertencente ao partido de Chun.
Figura 1- Cartaz de Propaganda norte-coreano. |
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