domingo, 3 de março de 2013

O irredutível Seguro

Nos últimos meses tem sido discutido e anunciado pela imprensa que o Secretário-Geral do PS mostra-se irredutível em reunir-se com o Governo para discutir como se irão fazer os cortes de 4 mil milhões no Orçamento do Estado.

A mensagem que passa cá para fora é de uma intransigência do PS em discutir com o Governo uma eventual Reforma do Estado, não querendo assumir as responsabilidades perante a Opinião Pública. Deste modo, o Governo PSD/CDS-PP vai conseguindo levar alguma da "água ao seu moinho, dando uma imagem de António José Seguro de não comprometimento com a resolução dos reais problemas do país. O líder socialista tem de conseguir passar a mensagem que o problema não está na sua irredutibilidade, mas na irredutibilidade dos outros, pois apenas querem discutir a Reforma do Estado de uma forma meramente economicista e seguindo a mesma fórmula que tem atraído o país para uma espiral recessiva. A ideia que deveria ser passada nos media é que a discussão sobre uma eventual Reforma do Estado contará com o PS desde que não tenha à partida os enormes e intransigentes condicionalismos propostos pelo Governo. O discurso socialista até tem sido este, mas o problema é fazê-lo chegar aos intermediários (media), que por sua vez o dão aos destinatários (portugueses).

Figura 2- Manifestação de 2 de Março.
O que vale ao secretário-geral socialista é que os anticorpos a este Governo já estão altamente ativos na sociedade portuguesa, visíveis novamente pela manifestação de ontem (2 de Março), pelo que qualquer dissociação do governo ou do ato governativo, mesmo em discussões em prol das necessárias reformas que devem existir no país, acaba por ser bem apercebida pela Opinião Pública. O estratagema tem sido utilizado por alguns candidatos às autarquicas do PSD, "afastando-se do barco"... caso de Moita Flores, para dar um exemplo.

1 comentário:

  1. PS e PSD/CDS são todos farinha do mesmo saco: Partidos rotativistas à semelhança do Regenerador e Progressista, que existiam nos finais do século XIX. Quem ainda acredita em líderes socialistas ou sociais democratas das duas uma, ou vive alheado da realidade ou é amigo de alguém dos partidos e espera algum favorecimento. São 30 anos da mesma coisa, já sabemos com o que (não) contar.

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