No início deste ano, Pedro Passos Coelho afirmava com todas as letras que "2012 seria o ano de viragem", que iam cumprir as metas propostas pela troika, nomeadamente o défice, sendo que em 2013 a economia iria dar sinais de crescimento. Muitas pessoas acharam estas declarações de confiança desfasadas da realidade, ainda para mais com um cenário macroeconómico desfavorável.
Figura 1- Os 3 estarolas. |
O governo de coligação falhou em toda a linha nesta previsão! Ao mesmo tempo que cortou no investimento, aumentou os impostos com o pressuposto que conseguiria arrecadar mais receita para combater o défice, mas o que aconteceu de facto é que a receita diminuiu pela retração do consumo, que por sua vez fez com que empresas tivessem de fechar ou reestruturar-se, colocando mais portugueses no desemprego, causando menos receita tributária e mais despesa através da Segurança Social.
O governo consegue, em termos de legitimidade política, escapar a este falhanço, apesar da conjuntura europeia até ter sido algo favorável, tanto pela implosão da aliança Sarkozy-Merkel, como pela afirmação do eixo Monti-Rajoy e pelo facto do BCE vir a assumir, no futuro, um papel importante na estabilização da zona euro, porém, ao não reconhecer os erros da sua política e ao insistir nesta fórmula desastrosa, que legitimidade futura terá este governo se este novo pacote de medidas, a serem aprovadas no Orçamento de Estado, não resultarem de acordo com as sua previsões relativamente à política de emprego, de défice e crescimento económico?
Penso que o atual elenco governativo tem 0 em termos de margem de manobra! Aliás, com este tipo de medidas e pela falta de diálogo é o próprio governo que está a causar instabilidade política no país, quebrando os consensos e compreensão dos parceiros sociais, do PS e sobretudo com os seus próprios partidos, ignorando por completo os seus programas de governo.
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