terça-feira, 27 de setembro de 2011

Diário de Notícias: "Recessão será mais profunda que o previsto"

Parece que o Governo já começa a falhar nas previsões económicas e a colocar as "culpas" na conjuntura internacional, algo que enquanto oposição tanto criticava o anterior Governo... Carlos Moedas é mais um rosto desta hipocrisia, dizendo uma coisa enquanto oposição, para depois reafirmar outra, uma vez chegado ao poder.

O independente ministro das Finanças, Vítor Gaspar, já havia mostrado no seu Documento de Estratégia Orçamental (2011-2015) o peso da crise económica mundial no descontrolo do nosso défice e dívida pública. O gráfico em baixo mostra que após o período de Santana Lopes (2005), houve um esforço do Governo de José Sócrates para recuperar o nosso défice e dívida pública, que foi "atirado ao mar" pela crise de 2008, que exigiu uma resposta financeira e que colocou a nú todas as nossas fraquezas em relação à falta de produtividade e de crescimento económico, esse sim o grande problema de Portugal,  que já tem décadas, e nenhum governo conseguiu resolver.
Figura 1- Gráfico da p. 15 do Documento de Estratégia Orçamental (2011-2015).

http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2021722

O secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, confirmou hoje que a recessão económica em Portugal em 2012 será mais profunda que o previsto, podendo chegar aos 2,5 por cento, devido à conjuntura internacional.

"As pessoas em Portugal não vêem o que se passa no dia a dia lá fora, com números negativos a sair todos os dias nos Estados Unidos da América, e ao termos esta incerteza, obviamente que os cenários [macroeconómicos] têm de ser modificados, mas não por não estarmos a fazer o que temos de fazer, mas sim pela situação internacional", argumentou o governante, quando questionado no Fórum da TSF, esta manhã, sobre a manchete de segunda-feira do Diário Económico, que dava conta de uma degradação das previsões de recessão para 2012, acima dos 2 por cento e que pode chegar aos 2,5 por cento.

"O cenário macroeconómico que servirá de base ao OE 2012 não é animador. O Governo está a trabalhar com uma previsão de recessão acima dos 2 por cento, que poderá ir até perto dos 2,5 por cento, apurou o Diário Económico. Uma projecção mais negativa que a quebra de 1,8 por cento prevista quer no Documento de Estratégia Orçamental - apresentado a 31 de Agosto -, quer na actualização do memorando de entendimento da 'troika' - publicado a 14 de Setembro", escreveu na segunda-feira o jornal. "Estará à volta disso", respondeu Carlos Moedas, vincando que "a questão não é olhar para uma ou duas décimas, é a incerteza internacional que [motiva que] a recessão que já estava prevista possa ser ligeiramente mais profunda, é a tendência que estamos a ver ao olhar para os mercados internacionais".

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