"Qual é a verdadeira diferença entre Liberalismo e Anarquismo?" Mais do que as evidentes diferenças, o que é realmente interessante de verificar é que, apesar dos dois ideais estarem em polos extremos do pensamento político, na verdade são bem semelhantes à superfície. Uma diferença óbvia entre as duas correntes ideológicas passa pelo direito à propriedade. O liberalismo considera que é legítimo um indivíduo aspirar à posse e acumulação de bens para uso exclusivo, sejam móveis ou imóveis, enquanto os anarquistas consideram que a propriedade privada é a génese da desigualdade social e que toda ela deveria ser partilhada para um benefício comum.
Relativamente às semelhanças, ambas as teorias acreditam na capacidade e no género humano por si só, numa sociedade auto-reguladora e democrática (de tipo representativa para os liberalistas, ou directa para os anarquistas), a quase inexistência ou mesmo inexistência de um Estado e do seu controlo e, por fim, são crentes numa grande liberdade individual, assente na lei de acordo com os liberalistas, ou assente numa moralidade comum e espontânea segundo os anarquistas.
Na teoria ambos os sistemas poderão resultar... em teoria, mas na prática a coisa muda de figura e pode tornar o sistema de relacionamento entre comunidades e de tomada de decisão em algo profundamente caótico. Tratam-se de utopias impraticáveis na etapa civilizacional em que nos encontramos. "A união faz a força", e estou convencido que o progresso científico e tecnológico faz-se melhor quando há uma menor dispersão de recursos e de cadeias de comando, confiado a um grupo tecnocrata, ao invés de uma livre iniciativa individual, cujo apoio terá de ser validado e apoiado por uma comunidade heterogénea, refém da indecisão e da falta de conhecimento. Geralmente, as pessoas gostam que outras pessoas tomem decisões por elas, tem é de haver uma relação de confiança baseada num reconhecimento da competência em áreas específicas.
A alienação da comunidade por um líder, recorrendo à demagogia e à retórica, continuará a existir em qualquer sistema, algo que possibilita uma tomada de decisão que poderá por em causa uma fracção específica dessa mesma comunidade, ou mesmo criar conflitos com outra sociedade, cujos interesses colidam com a nossa. A natureza humana é assim mesmo, ambígua em relação ao bem e ao mal, e na tomada de decisões geralmente opta pelo favorecimento do grupo em que está inserida, mesmo que prejudique aquele que está ao seu lado, e mais do que uma decisão por maioria de votos, o que pesa sempre é a força e capacidade de uma comunidade relativamente à vizinha.
O Neoliberalismo está mesmo na moda, apesar da "bronca" que deu no passado por uma falta de intervenção e vigilância do Estado na economia. Ainda compreendo quem diz que não se deve taxar os "ricos" porque não os devemos inibir de investir e criar mais emprego, ou porque as suas fortunas serão transferidas para off-shores, mas quando se acha tal medida inútil porque o Estado não sabe gastar dinheiro, parece-me que estão a questionar a entidade Estado de qualquer país e sob a liderança de qualquer governo, o que me parece injusto e contraproducente. Por esta ordem de ideias, todo o dinheiro que pagamos de impostos é completamente inútil, e deste modo para quê termos um Estado? Entregaremos a Segurança, Educação e Saúde a privados? O que mais me preocupa é que estas ideias peregrinas são aplaudidas por políticos, que ambicionam um dia fazer parte do aparelho estatal, no qual, pelos vistos, não acreditam!!!
O facto dos Estados existirem há alguns séculos, ao contrário de tantas empresas e de tantas fortunas que vão e vêem, dá-lhe alguma legitimidade e creio que este sistema, apesar de ainda ter muita coisa para corrigir e aperfeiçoar, pode continuar a desenvolver-se, a descentralizar-se e a aproximar, cada vez mais, todas as comunidades humanas do nosso planeta. "No meio está a virtude" e o "caminho faz-se caminhando", e olhando para trás, penso que a Humanidade já fez enormes progressos no desenvolvimento da democracia e da igualdade, nem sempre de forma tão célere quanto gostaríamos, nuns sítios mais e melhor do que em outros, mas o suficiente para que continuemos a desenvolver este modelo, corrigindo e percebendo onde estão os erros.
A alienação da comunidade por um líder, recorrendo à demagogia e à retórica, continuará a existir em qualquer sistema, algo que possibilita uma tomada de decisão que poderá por em causa uma fracção específica dessa mesma comunidade, ou mesmo criar conflitos com outra sociedade, cujos interesses colidam com a nossa. A natureza humana é assim mesmo, ambígua em relação ao bem e ao mal, e na tomada de decisões geralmente opta pelo favorecimento do grupo em que está inserida, mesmo que prejudique aquele que está ao seu lado, e mais do que uma decisão por maioria de votos, o que pesa sempre é a força e capacidade de uma comunidade relativamente à vizinha.
O Neoliberalismo está mesmo na moda, apesar da "bronca" que deu no passado por uma falta de intervenção e vigilância do Estado na economia. Ainda compreendo quem diz que não se deve taxar os "ricos" porque não os devemos inibir de investir e criar mais emprego, ou porque as suas fortunas serão transferidas para off-shores, mas quando se acha tal medida inútil porque o Estado não sabe gastar dinheiro, parece-me que estão a questionar a entidade Estado de qualquer país e sob a liderança de qualquer governo, o que me parece injusto e contraproducente. Por esta ordem de ideias, todo o dinheiro que pagamos de impostos é completamente inútil, e deste modo para quê termos um Estado? Entregaremos a Segurança, Educação e Saúde a privados? O que mais me preocupa é que estas ideias peregrinas são aplaudidas por políticos, que ambicionam um dia fazer parte do aparelho estatal, no qual, pelos vistos, não acreditam!!!
O facto dos Estados existirem há alguns séculos, ao contrário de tantas empresas e de tantas fortunas que vão e vêem, dá-lhe alguma legitimidade e creio que este sistema, apesar de ainda ter muita coisa para corrigir e aperfeiçoar, pode continuar a desenvolver-se, a descentralizar-se e a aproximar, cada vez mais, todas as comunidades humanas do nosso planeta. "No meio está a virtude" e o "caminho faz-se caminhando", e olhando para trás, penso que a Humanidade já fez enormes progressos no desenvolvimento da democracia e da igualdade, nem sempre de forma tão célere quanto gostaríamos, nuns sítios mais e melhor do que em outros, mas o suficiente para que continuemos a desenvolver este modelo, corrigindo e percebendo onde estão os erros.
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