A operação de aluguer dos carros da bancada parlamentar do PS ganhou contornos algo escabrosos, não pelo negócio em si, que foi tratado algo demagógicamente pela imprensa, mas pelas reações pouco informativas e muito bacocas de alguns dos seus deputados.
Não se admite que venham dizer que é impensável colocar um deputado andar num carro de baixo custo (atribuída a Francisco Assis, mas desmentida pelo mesmo), ou que venham dizer que são custos de uma democracia (dita pelo estimável líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho). Uma democracia não se relaciona com a facultação de transportes a deputados através do dinheiro dos contribuintes! Os trabalhadores normais (na maioria dos casos) não têm os seus passes de transportes públicos pagos pelos seus empregadores para poderem vir trabalhar ou para fazerem o seu dia-a-dia, mas infelizmente é normal, em Portugal, dar-se certos privilégios bacocos a quem ocupa cargos públicos por eleição ou nomeação política.
Numa altura em que se exigem sacrifícios à classe trabalhadora, há que ter algum cuidado com a demonstração pública de alguns dos vastos privilégios de que dispõem os políticos que exercem cargos públicos. São privilégios que deveriam acabar, não tanto pelo facto de serem importantes para a recuperação económica do país, pois não afeta grande coisa, mas pelo aspeto moral da "coisa, para dar o sinal de que estamos todos no mesmo barco e queremos remar na mesma direção. O exemplo vem de cima e as pessoas estão cansadas de uma certa aristocracia democrática que se tem criado nesta 2ª República portuguesa.
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