Relativamente ao aumento significativo da carga fiscal anunciado por Vítor Gaspar, não tenho muito a acrescentar, trata-se da forma que o atual Governo encontrou para combater o défice, colocando-o próximo dos níveis propostos pela troika, resta saber que medidas adicionais vão ser necessárias para atingir as ditas metas e como é que pensam relançar a economia portuguesa.
O que não entendo é porque é que membros do governo e comentadores económicos, como Camilo Lourenço, insistem em denominar estas medidas fiscais de substitutivas da medida da TSU, o que, até me provem o contrário, é uma afirmação altamente falaciosa! A medida da TSU era uma medida de reforço da competitividade do país e não uma medida de combate ao défice, penso que isto é claro, pois tratava-se de uma transferência do encargo dos empregadores para os empregados, sem uma alteração significativa da receita a obter pelo Estado (apenas 1%).
Admito que esta medida da TSU, tomada à 3/4 anos atrás, traria efeitos benéficos para o aumento de competitividade das nossas empresas e tornaria o nosso país mais atrativo para a localização de empresas estrangeiras, embora outras medidas teriam de ser tomadas neste âmbito. Nos dias de hoje seria colocar o país numa situação perigosa em termos económicos e sociais, fruto da crise que vivemos. A esta medida teriam ainda de ser adicionadas outras de aumento de carga fiscal e corte na despesa pública para cumprir as metas do défice.
As empresas exportadoras poderiam, de facto tornar-se mais competitivas e quiçá, contratar mais trabalhadores, que por sua vez poderiam contribuir para o Estado, ainda que com algumas dúvidas, pois mesmo estas necessitam de um mercado interno (na generalidade). Porém, a esmagadora maioria das empresas, que dependem do mercado nacional, iriam ressentir-se da falta de rendimento disponível para o consumo, provocando a sua falência ou despedimentos em massa, o que aumentaria a despesa estatal através das prestações sociais e diminuiria a receita através da cobrança de impostos.
É por isto que não percebo a mistura de "alhos com bugalhos"... a não ser que pretendam atirar "areia para os olhos" dos portugueses! Mas estou aberto a uma argumentação contrária, têm é de demonstrar com factos!
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