Quando este governo tomou posse dizia-se que era o executivo mais liberal, em termos económicos, que Portugal alguma vez tivera. Passos Coelho sempre foi defensor de um Estado pequeno que confiasse na "mão invisível" para regular o mercado e a sociedade, deste modo a indicação de Vítor Gaspar para a pasta das Finanças parecia "caber que nem uma luva" neste projeto.
O tempo foi passando sem qualquer esboço de reforma do Estado, quebraram-se promessas eleitorais anteriores e os princípios do liberalismo, aumentando-se impostos, revelando-se tímidos no corte da estrutura do Estado e nas medidas de desenvolvimento da economia, mas fortes no ataque aos direitos dos funcionários públicos, dos reformados e desempregados, com muita contra-informação à mistura. A 1ª fase do plano estava em marcha, que consistia em colocar o ónus do problema na composição da máquina do Estado.
As medidas de austeridade do Governo não resultam, muito pela queda da receita, gerada pelo aumento de impostos e quebra dos salários, desmentindo a promessa governativa de crescimento para 2012. Será que os membros do Governo são assim tão ingénuos em acreditar num crescimento para 2012 sem ter no bolso medidas para o crescimento económico e provocando medidas altamente recessivas? Creio que não... estava em marcha a 2ª parte do plano, que consistia em demonstrar que havia necessidade de ir mais longe na austeridade, o que foi feito com um novo pacote de medidas, muito contestado pela população, e sem margem para o crescimento económico, abrindo uma "fresta" para o anúncio de uma alternativa, a "refundação" do Estado, ou seja, criar um Estado mais magro.
A ideia da "refundação" foi colocada no horizonte, mencionando-a como plano B do FMI caso esta nova política de austeridade não resulte... mas será que eles acreditam mesmo neste Orçamento de Estado e suas previsões? Creio que o Governo sabe que este pacote de medidas não irá resultar, pois incide na mesma receita, porém, irá criar uma situação em que as pessoas vão desejar um Estado mais magro, pois pagam muito para o manter o atual devido ao seu endividamento passado, sem ter qualquer contrapartida em termos sociais e económicos, formando-se então um ambiente favorável na sociedade para o Governo colocar em prática a 4ª parte do seu plano...
que ruim
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