O campeonato português de futebol inicia-se no próximo fim-de-semana e apesar do mercado de transferências continuar em aberto, vou arriscar uma análise e um prognóstico, mesmo que posteriormente se venham a verificar saídas de jogadores importantes dos principais candidatos ao título, nomeadamente Óscar Cardozo (SL Benfica), Fernando e Radamel Falcao (FC Porto).
Começando pelo campeão nacional, FC Porto, a pré-época decorreu tranquilamente, a contratação de jogadores foi criteriosa e feita em silêncio, sendo que, em princípio, os futebolistas nucleares irão permanecer, e apesar de alguns jogadores manifestarem a vontade de sair (Fernando, Beto, Rolando e Cristian Rodriguez), as situações foram bem abafadas pelo clube. A excepção a este cenário edílico foi a saída do treinador sensação, André Villas-Boas, da sua "cadeira de sonho", renegando as juras de amor feitas no passado para embarcar numa aventura pelo Chelsea. Pinto da Costa, apanhado de surpresa, mas não o querendo demonstrar, tenta "sacar" um Mourinho III, na pele de Rui Faria, adjunto do Mourinho original, mas perante a recusa deste, optou então pela jogada mais segura, investir no treinador-adjunto do clube, Vítor Pereira, conhecedor dos processos da equipa vencedora, poupando-se assim um período de transição e garantido a estabilidade.
Figura 1- FC Porto 2011/2012 no jogo de apresentação. |
Quanto a contratações, os andrades voltaram a disputar jogadores com o rival SL Benfica, numa política de contratar jogadores jovens com grande margem de valorização desportiva e financeira. São contratações com algum risco, especialmente se as observações feitas não tiverem a sistematização exigida, e este ano nem têm sido tão baratas como deveriam ser, pois o clube da Invicta apostou forte no mercado brasileiro, que actualmente está muito inflacionado relativamente ao passe de futebolistas. De facto, a grande contratação do FC Porto será manter os seus principais jogadores, como Hulk, Moutinho, Álvaro Pereira e Falcao, contudo, dos novos fala-se muito em Iturbe, jovem argentino proveniente do Cerro Porteño (Paraguai) a quem denominam precipitadamente de "novo Messi", mas também outras jovens promessas brasileiras, como o virtuoso Kelvin, Danilo e Alex Sandro, que são jogadores para irem crescendo no plantel. Djalma e Kléber foram contratações no mercado nacional visando serem opções imediatas para o banco dos dragões, tendo o segundo confirmado na pré-época as boas indicações que vinha dando ao serviço do Marítimo, mas prevejo que serão James Rodriguez e Ruben Micael, jogadores que transitaram do ano passado, a assumir um papel mais interventivo na equipa.
Deste modo, penso que as mais valias do FC Porto para a época que se avizinha é a manutenção dos principais elementos do plantel, havendo bastantes opções para o meio-campo e ataque, mantendo-se a filosofia e a táctica de jogo, o que dá garantias de um bom campeonato, embora duvide que a equipa repita o brilhantismo da época que findou, ainda assim, são o alvo a abater. O ponto fraco é a falta de opções de qualidade para a defesa, nomeadamente no centro e do lado direito, e mesmo os titulares, apesar de não serem maus jogadores, não estão ao nível da qualidade que as restantes posições dispõem. Resta saber se Vítor Pereira conseguirá gerir a componente humana do plantel, pois em termos de ideologia de jogo irá certamente aplicar a fórmula anterior, que tão bons resultados deu.
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