Os jornalismo em Portugal vive cada vez mais do alarmismo e este caso dos 2 tubarões que apareceram ao largo da costa do Algarve foi apenas mais um caso de contra-informação. "Tinham 4 metros de comprimento", de acordo com o relato dos populares, "as águas estão mais cálidas e é por isso que estes animais estão a aproximar-se da costa portuguesa", contam as reportagens. Junta-se assim a falta de informação com a falta de investigação.
Existem diversas espécies de tubarões ao largo da costa portuguesa e cerca de 480 em todo o mundo, vivendo um pouco por todo o globo, uns mais junto às zonas costeiras, outros em alto mar, uns em águas mais quentes, outros chegam a zonas de água fria, podendo também aventurar-se em água doce, e ainda há aqueles que se adaptam a condições distintas, desde que haja abundância de outros peixes ou animais para se alimentarem. As espécies consideradas mais perigosas para o Homem são o tubarão-branco (Carcharodon carcharias), o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), o tubarão galha-branca-oceânico (Carcharhinus longimanus), o tubarão-touro (Carcharhinus leucas) e o tubarão-azul (Prionace glauca), que apesar de tudo não contam com o ser humano no seu menu de caça. O tubarão-branco, por exemplo, prefere animais que contenham mais gordura, sendo que os ataques a pessoas geralmente ocorrem por engano ou curiosidade, pois logo após uma mordidela, geralmente desistem do ataque.
Figura 1- Tubarão-Martelo. |
Após o alarmismo, os jornalistas relataram que afinal, os avistamentos feitos na costa algarvia, correspondiam ao tubarão-martelo (Sphyma spp.), que se divide em cerca de 9 espécies diferentes. O seu comprimento varia de 1 a 6 metros, sendo um género algo estranho, com uma boca algo pequena, mas destaca-se pelas projeções que dispõe na cabeça, onde se situam os olhos e as fossas nasais, dando ao animal um formato de "martelo". Ainda não se percebe muito bem porque é que a Evolução aplicou este formato de cabeça ao tubarão, talvez para lhe dar uma maior estabilidade enquanto nadam, ou uma maior amplitude visual e olfactiva, ajudando-os a ter uma "maior cobertura" da área. Tal como os outros tubarões, os tubarões-martelo possuem sensores eletromagnéticos, podendo detectar o sinal electrico de uma presa para poder nadar com precisão até ela.
O tubarão-martelo vive na plataforma continental de todos os oceanos, em águas temperadas ou águas quentes, consumindo outros peixes, cefalópodes e raias. Andam muitas vezes em largos grupos, mas durante a noite caçam sózinhos. Acasalam anualmente e a fecundação dos ovos, ao contrário dos outros tubarões, é interna, ficando incubados entre 10 a 12 meses e tendo vários filhos de uma só vez. Uma vez nascidas, as crias são deixadas sózinhas a lutar pela sua sobrevivência.
O tubarão-martelo vive na plataforma continental de todos os oceanos, em águas temperadas ou águas quentes, consumindo outros peixes, cefalópodes e raias. Andam muitas vezes em largos grupos, mas durante a noite caçam sózinhos. Acasalam anualmente e a fecundação dos ovos, ao contrário dos outros tubarões, é interna, ficando incubados entre 10 a 12 meses e tendo vários filhos de uma só vez. Uma vez nascidas, as crias são deixadas sózinhas a lutar pela sua sobrevivência.
Este género de tubarão é dos que está mais ameaçados de extinção, com um progressivo declínio populacional. Contudo, as notícias de constantes avistamentos do tubarão-martelo na costa vicentina e algarvia dão algum optimismo relativamente à sua evolução demográfica em Portugal, podendo inclusivamente estar associada a um aumento de outras espécies de peixes na nossa plataforma continental.
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